Ameaça: Paulo Garcia diz que com reajuste do IPTU inferior ao proposto menos obras serão feitas
Após sinalização pelos vereadores de redução dos valores pretendidos pelo Paço, prefeito desconversa ao ser questionado sobre possível veto
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), comentou nesta sexta-feira (28/11) sobre o projeto de lei, em tramitação na Câmara de Goiânia, que prevê o reajuste do IPTU e ITU da capital. Questionado se pretende ou não vetar a matéria, caso o aumento proposto pelo Paço seja reduzido pelos vereadores, o prefeito desconversou e disse que a diminuição do valor significaria, ao mesmo tempo, uma redução no número de obras da prefeitura.
“Este é um momento de conversa e diálogo. O importante é que nós apresentamos 53 obras que faríamos com a atualização dos valores; se os valores vierem menores, planejado estrategicamente, nós só temos um único caminho: reduzir esse número de obras”, pontuou o petista em entrevista coletiva concedida durante entrega de novos equipamentos para coleta de lixo da capital.
Na quinta-feira (27), os vereadores da base de sustentação do prefeito endureceram o tom do discurso quanto ao projeto. A ruptura teria ocorrido após reuniões entre Paulo Garcia, os legisladores aliados e integrantes do bloco moderado. Segundo os próprios vereadores, o prefeito estaria irredutível a qualquer alteração no projeto, que pretende reajustar em 57,8% os tributos. Em entrevista, o vereador Welington Peixoto (Pros) disse que a unanimidade espera uma redução no valor, que cairia para 35% ou 30%.
Paulo Garcia, por sua vez, insiste que não se manifestará a respeito até que a matéria seja aprovada ou refutada definitivamente pela Câmara. “Não sei se virá um índice menor. Qualquer manifestação precipitada minha, pode conturbar o ambiente, que já é de muito diálogo e controvérsias”, defendeu.
Ao falar sobre o peso financeiro que o projeto, caso aprovado, causará à população goianiense, o prefeito disse que as “pessoas têm que ter muita tranquilidade”, uma vez que o resultado final será “em prol da cidade”.
Paulo Garcia também lembrou que, diferentemente do que foi ventilado por veículos de imprensa, a informação de que ele vetaria qualquer valor menor do que o proposto não seria totalmente verdadeira. “Não foi exatamente o que eu disse no diálogo com os vereadores, mas nós estamos abertos aos diálogos. Muito do que se diz não é verdade”, finalizou. “Mas o senhor veta ou acata?”, insistiu um jornalista. “Só trabalho com dados oficiais”, respondeu.
Fonte: Jornal Opção (Marcelo Gouveia)