Inflação histórica em Goiânia
André PassosO Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu a maior alta da história em Goiânia, para um mês de outubro, desde o início da série em abril de 1987. O indicador saltou de 1,05% em setembro para 1,44% no mês seguinte. No ano, a variação acumulada alcança 6,47% ante os 3,54% de igual período do ano anterior.
A maior inflação histórica na capital foi puxada pelos grupos de alimentação e transportes, com altas de 3,7% e 2,71%, respectivamente. Entrada do período de entressafra dos principais itens aponta para mais elevações nos próximos meses, segundo análise feita pela Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento do Estado (Seplan) que divulgou, ontem, a inflação.
Dos 205 produtos e serviços pesquisados, 101 tiveram alta de preços, 38 ficaram estáveis e 66 tiveram queda. Dentro do grupo de alimentação, comer em casa ficou 4,41% mais caro em outubro. Entre os produtos que mais oneraram o orçamento doméstico, o feijão carioca subiu 21,72% e acumula alta de 131,63% no ano. O preço médio saltou de R$ 1,92 em janeiro para R$ 4,54 em outubro. Em seguida, aparecem feijão preto (16,80%) e açúcar (21,58%).
O maior reajuste, mas com menor peso no orçamento, ficou com o tomate: 28,7%. Os preços do alface (22,98%), maçã (21,74%), banana maçã (12,79%), carne bovina (coxão mole: 6,72%) também subiram. O quilo do frango aumentou 6,23% Em contrapartida a carne suína sofreu queda de 0,74%. Já os preços da alimentação fora do domicilio subiram em 1,69%. No grupo transportes, a elevação de 2,71% foi motivado pelo reajuste, principalmente, do preço do litro do etanol (18,71%).
Além de sentir no bolso, a podóloga Núbia Oliveira, 35, acredita que as altas interferem nos resultados de outras atividades. “Com tudo mais caro, as pessoas controlam mais os gastos e deixam de lado alguns costumes, como os cuidados pessoais”, diz. Com isso, ela computa queda de cerca de 20% nos atendimentos que fez nos últimos meses. Como atende a domicílio, viu seu lucro reduzir sensivelmente. após os sucessíveis aumentos nos preços dos combustíveis. “É o que mais tem pesado.
Chego a gastar R$ 1 mil por mês”, conta Núbia.
As previsões para os próximos meses não são animadoras. Segundo o gerente de Indicadores Econômicos e Sociais da Seplan, Marcelo Eurico de Sousa, os combustíveis, principalmente o etanol, em período de entressafra, continuarão subindo.
Cesta básica
Influenciada pela alta nos alimentos, o valor da cesta básica saltou de R$ 190,30 para R$ 202,66, ultrapassando, pela primeira vez, os R$ 200. O valor corresponde a 39,74% do salário mínimo (R$ 510). Em 2010, a cesta necessária para alimentar uma pessoa subiu 18,03%. De setembro para outubro a alta foi de 6,5%. Foram necessárias 87 horas e 25 minutos para o trabalhador adquirir os 12 itens da cesta básica goianiense.
Fonte: Jornal O Hoje