Gilberto Gil e Macaco Bong em Goiânia
Data: 21/11/2010
Local: UFG
Em homenagem aos 50 anos da UFG o projeto Música no Câmpus traz a Goiânia, no dia 21 de novembro (domingo), às 19 horas, o show: FUTURÍVEL: GILBERTO GIL * MACACO BONG. O evento também é parte da programação da 16ª edição do Goiânia Noise. Os ingressos custarão R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia). Os ingressos estão à venda nas Livrarias da UFG e no Sesc-Goiás, Tribo restaurante, Hocus Pocus, Ambiente Skate Shop e Monstro disco. Pagam meia estudantes, professores e técnico-administrativos da UFG, comerciários e dependentes do SESC, professores da Rede Pública de Ensino ou quem doar 1 kg de alimento não perecível.
Gilberto Gil e Macaco Bong - No final da década de 60, à frente da Tropicália, Gilberto Gil abraçou a fusão da música brasileira com os ritmos internacionais. Inspirado pelas ideias dos modernistas antropofágicos, décadas antes, deu a elas consequências populares e midiáticas inesperadas. Depois, exilado em Londres, com Caetano Veloso, viu em primeira mão os desdobramentos da contracultura em sua fase mais densa. De volta ao Brasil, estabeleceu diálogos musicais com questões culturais, comportamentais e políticas, no espaço entre a arte e a tecnologia.
Corta para o final de 2010. Gil encontra o Macaco Bong, o power trio instrumental de Cuiabá, mais potente expressão da nova produção independente. Representante de um mundo que os tropicalistas vislumbraram, o grupo é praticante dos preceitos coletivistas, solidários, descentralizadores e tecnológicos do circuito Fora do Eixo, a continuação inusitada da aventura contracultural brasileira. Apesar de seus 52 albuns lançados, 12 discos de ouro, 5 discos de platina, 7 Grammy Awards e mais de 4 milhões de discos vendidos, Gil é, antes de tudo, um pensador e um ativista sociocultural e político. É por isso que seu diálogo com o Macaco Bong – um único álbum, mas que álbum, considerado o melhor do rock nacional de 2008 pela revista Rolling Stone Brasil – é um diálogo de iguais.
Se Gil encontra neles o apoio para reeditar sua época mais roqueira, circa Expresso 2222 (quando era acompanhado por então músicos de rock como Lanny, Tuti Moreno etc – lançando-os em experimentos com o forró, reggae, funk, samba e outros gêneros), dá aos rapazes do Macaco Bong algo valioso em troca. É que o trio alia a linguagem das harmonias tradicionais da música brasileira com jazz, fusion e rock-pop, e em seguida ao CD Artista Igual Pedreiro aventurou-se em um show surpreendente, abrindo ainda mais o leque sonoro e estético com convidados como o rabequeiro Siba, o pianista pop-erudito Vitor Araújo e os metais dos Móveis Coloniais de Acajú.
Esse show foi um dos três finalistas do Prêmio Bravo!, ao lado do de Maria Bethânia, a da Orquestra Imperial apresentando Caetano Veloso, Jane Birkin e o maestro de Serge Gainsbourg, Jean-Claude Vannier. É nessa busca do Macaco Bong que se insere agora o encontro com Gilberto Gil, ampliando mais e mais seus horizontes experimentais e expressivos. A parceria estreia no dia 14/11, em São Paulo, no espetáculo Futurível, celebrando o encerramento do Fórum Internacional Geopolítica da Cultura e da Tecnologia (com curadoria do próprio Gil e de Laymert Garcia dos Santos), e simultaneamente abrindo do ll Fórum da Cultura Digital Brasileira, que se realiza na Cinemateca Brasileira.
E, em seguida, a parceria continua no Festival Goiania Noise, a já tradicional mostra da produção roqueira e independente, trazendo agora Gilberto Gil ao território do Macaco Bong. Mas os territórios se confundem, se completam e se interseccionam: de gerações e backgrounds diferentes, tanto Gil quanto o Macaco são representantes da grande música negra, da grande música elétrica, da grande música misturada brasileira, um dos símbolos mais notáveis da potência transformadora do país no mundo.