Sete municípios Perdem Subsídio na Tarifa de Ônibus
Medida votada pela câmara deliberativa entra em vigor no sábado e atingirá 26 mil passageiros que usam o Eixo AnhangueraUsuários do Eixo Anhanguera de sete municípios da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) passarão a pagar tarifa cheia, no valor de R$ 2,25, a partir do próximo sábado. Eles se juntam aos passageiros de outros dez municípios da Grande Goiânia (veja quadro) que já pagavam a tarifa normal.
A medida foi autorizada pela Resolução 064 da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), em 11 de novembro do ano passado, e atingirá diariamente cerca de 26 mil passageiros que atualmente pagam o equivalente a R$ 1,125 (metade da tarifa).
A Metrobus, empresa estadual que tem a concessão da linha do Eixo Anhanguera, está realizando adequações nas 19 plataformas instaladas ao longo dos 13,5 quilômetros da linha para a cobrança da complementação tarifária, a partir de sábado.
O presidente da Metrobus, Francisco Gedda, explica que haverá mudanças nas bilheterias e que os passageiros não entrarão mais direto para a área de embarque das plataformas, sem passar pelas catracas, como acontece atualmente.
Gedda calcula que só com o subsídio dos passageiros desses municípios a Metrobus gasta, atualmente, R$ 740 mil por mês. Terão de pagar complementação moradores de Goianira, Brazabrantes, Santo Antônio de Goiás, Bonfinópolis, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e Trindade.
Reações
As adequações que estão sendo feitas nas bilheterias das plataformas do Eixo Anhanguera já provocam reações por parte de usuários, que reclamam das filas que se formam, especialmente nos horários de pico. “Antes havia uma catraca para quem pagava com sitpass (bilhete eletrônico), que agora foi bloqueada e não há mais vendedores do lado de dentro para pagamento em dinheiro”, protesta a auxiliar de escritório Solirian Cândida de Almeida, que todos os dias embarca e desembarca na estação da Rua José Hermano com a Anhanguera, em Campinas.
“Agora até mesmo quem paga com sitpass tem de repassar o bilhete para o funcionário da bilheteria e só depois ele libera”, explica Solirian. A vendedora Keila Pinheiro relata que está chegando mais tarde em casa depois da mudança na bilheteria. “Os ônibus continuam passando com intervalos curtos e em número suficiente. O problema é que nós não conseguimos entrar rapidamente na estação para pegá-los”, diz.
Para o presidente da Metrobus, a decisão da CDTC faz justiça ao unificar as tarifas. “Por que só os moradores desses municípios contavam com esse subsídio?”, questiona Francisco Gedda, lembrando que os usuários de Bela Vista, há cinco anos, pagavam tarifa de R$ 4,80 e agora todos os 17 municípios da Grande Goiânia pagarão o mesmo valor, R$ 2,25. “Não é justo que um morador de uma cidade a 50 quilômetros pague o mesmo que o de Goiânia”, avalia.
Goiânia
Gedda destaca que a retirada do subsídio para esses municípios não é uma ação do governo estadual, por meio da Metrobus. “É uma decisão da Câmara Deliberativa, onde prefeitos de outros municípios têm direito a voto e a Prefeitura de Goiânia tem quatro votos”, disse. A medida não altera os usuários de Goiânia, que continuarão pagando meia tarifa no Eixo Anhanguera (ou R$ 1,15 para pagamento em dinheiro).
O presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Marcos Massad, informa que tinha conhecimento sobre o início da cobrança de complementação tarifária, mas esclarece que a companhia não interfere na composição de tarifas. Conforme diz, a companhia tem o papel de fiscalizar a execução do serviço prestado para saber se está correta.
Medida havia sido revelada em junho
A notícia de que os usuários do Eixo Anhanguera de Goianira, Brazabrantes, Santo Antônio de Goiás, Bonfinópolis, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e Trindade teriam de pagar complementação de tarifa já havia sido dada pelo POPULAR no dia 17 de junho de 2009. A reportagem mostrou que a Metrobus já havia decidido retirar o subsídio e estava instalando catracas em todos os terminais.
Fonte: O Popular