Transtornos em obra do BRT Norte-Sul na Avenida Goiás, em Goiânia, devem durar um ano
Pistas da Avenida Goiás terão trechos interditados em três etapas, cada uma com duração estimada de até dois meses, para obras de drenagem e construção do corredor Os transtornos para a execução do corredor exclusivo de ônibus do BRT Norte-Sul na Avenida Goiás devem durar cerca de um ano, segundo o secretário da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Dolzonan da Cunha Mattos.
Serão seis meses para cada sentido da via, iniciando no trecho entre a Avenida Independência e a Rua 55, cuja interdição total da pista Norte-Sul começa na próxima segunda-feira (8). A ideia é fazer toda a expansão no sistema de drenagem, as mudanças nas pistas e a construção das estações de embarque e desembarque, atuando em cada quadra.
De acordo com Mattos, a obra vai ser dividida em seis etapas e cada uma deve durar dois meses. Cada etapa é um trecho da avenida, sendo entre a Independência e a Paranaíba, entre esta e a Anhanguera e depois até a Praça Cívica, mas cada um destes será feito primeiro no sentido Norte-Sul, o que deve terminar no fim deste ano, e depois no sentido Sul-Norte, até junho de 2020.
O secretário explica que vai ser feito primeiro o trecho Norte-Sul em razão das obras de drenagem, já que, como as águas pluviais correm neste sentido para o Córrego Capim Puba, as tubulações poderão ser utilizadas já no próximo período chuvoso.
“Lá vai ser diferente da Rua 90, em que foi possível manter o tráfego local e fazer os desvios. Na Goiás vai ter de interditar tudo mesmo, então vamos fazer por quadra. A gente já tem condições de iniciar a obra nesta semana, mas preferimos primeiro avisar todo mundo, os moradores, comerciantes e motoristas para não ter aquele problema de dizerem que não foram avisados”, diz Mattos.
Até mesmo as estações de embarque, mesmo sendo uma de frente à outra, serão construídas separadamente. Pelo projeto original, a Avenida Goiás teria nove estações separadas e alternadas quanto ao sentido, mas foi alterado a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) passando a ter três estações conjuntas para ambos os sentidos (ver quadro).
De acordo com a coordenadora técnica do Iphan em Goiás, Beatriz Otto de Santana, o órgão deu o parecer de autorização da obra em janeiro deste ano. “Resta apenas o detalhamento do paisagismo, as rampas, mobiliário, jardins, mas não é nada que impeça as obras de drenagem e de infraestrutura. Podemos receber estes detalhes depois”, diz. A adequação do projeto se deu para tentar minimizar os impactos na paisagem, já que o trajeto da Avenida Goiás faz parte do traçado urbano original da cidade, que é tombado, além de estar no envoltório de outros bens tombados, como a Praça Cívica e o Grande Hotel.
Segundo Santana, algumas coisas do ambiente poderão ser removidas, mas somente o necessário para implantar o corredor. No caso, haverá a remoção de quatro árvores ao longo da Avenida Goiás, sendo duas nas proximidades da Avenida Anhanguera e as demais próximas da Avenida Independência, em todos os casos para a implantação das estações de embarque e desembarque.
As informações da Seinfra são de que outras árvores também serão retiradas, mas, no caso, serão aquelas que estão condenadas por técnicos da Prefeitura e serão trocadas por espécimes novos.
Outras quatro árvores deverão ser removidas na Praça Cívica, segundo o projeto, para a instalação das estações no local. No entanto, de acordo com Mattos, as obras na praça não serão feitas neste momento. Após a execução na Goiás, a frente de serviços deve ir para a Rua 84.
CAU-GO se preocupa com alterações
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), apesar de reiterar a necessidade da obra do BRT Norte-Sul para a mobilidade urbana de Goiânia, tem se preocupado com as alterações no visual da Avenida Goiás, considerada um marco histórico e paisagístico da cidade.
O principal problema, segundo a arquiteta e urbanista Fernanda Mendonça, conselheira da entidade, é em relação às estações de embarque e desembarque. “As estações são elevadas, acima do piso normal da calçada, e uma plataforma maior porque tem maior demanda.
Nossa preocupação é de trazer intrusão na paisagem, se vai trazer alguma integração com o piso”, avalia. Fernanda lembra que a Avenida Goiás já tem o desenho para o corredor exclusivo, com pistas segregadas, mas que as estações devem ser integradas à paisagem, tentando que as mesmas sejam “invisíveis”. Ela reforça que é positiva a mudança do Iphan para diminuir o número de estações, mas é preciso avaliar como isso vai ser para o passageiro. “As estações existem para evitar uma caminhada mais longa.
No caso, não vai ter estação da Praça Cívica até a Avenida Anhanguera”, diz. Segundo conta, o CAU dialoga com a Prefeitura de Goiânia para analisar e dar sugestões aos projetos.
Fonte: Jornal O Popular