Hospitais que já deveriam estar em funcionamento em Goiás vão custar R$ 91,1 milhões

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Hospitais que já deveriam estar em funcionamento em Goiás vão custar R$ 91,1 milhões

Construções em Águas Lindas e Uruaçu chegaram a ser inauguradas, mas nunca abriram as portas. Obras devem ser retomadas neste 2º semestre, com previsão de entrega para 2020 Com obras iniciadas em 2013, os Hospitais Regionais de Uruaçu e Águas Lindas de Goiás devem ser entregues no 2º semestre de 2020. A afirmação é do secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, que garantiu que os trabalhos nas unidades serão retomados ainda neste semestre. A expectativa é de que mais de 2 milhões de habitantes da Região Norte do Estado e do Entorno do Distrito Federal sejam beneficiados. No total, a finalização dos hospitais ainda deve custar R$ 91,1 milhões frutos do tesouro estadual e também de emendas federais.

Na manhã desta quinta-feira (11), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) apresentou o balanço dos primeiros seis meses de gestão do governo e ressaltou a importância da finalização das unidades. De acordo com Ismael Alexandrino, no total, a unidade de Águas Lindas ainda deve custar R$ 27,1 milhões: R$ 12,1 milhões para obra e 15 milhões para equipamentos. Já Uruaçu vai precisar de R$ 64 milhões, sendo R$ 32 milhões para obra e R$ 32 milhões de equipamentos. O secretário afirma que, deste valor, R$ 27 milhões são oriundos de emendas federais e o restante do tesouro estadual.

Segundo a pasta, em Uruaçu serão 238 leitos de internação, e 30 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI): 20 adultos, 10 pediátricas e 10 neonatais.

O Hospital Regional de Uruaçu chegou a ser inaugurado em julho do ano passado e um relatório técnico apontava que 95% da obra já estava concluída.

A realidade, entretanto, era bem diferente e o que a nova gestão encontrou foi subestação elétrica sem fio, centro cirúrgico inacabado e área administrativa na fundação.

Já no Entorno, a previsão é de disponibilizar 137 leitos de internação e outros 30 de UTI: 10 adultos, 10 pediátricos e 10 neonatal.

A unidade de Águas Lindas também passou pela inauguração de uma primeira etapa em abril de 2018, mas não chegou a funcionar.

Por lá, havia ainda um embargo da Controladoria Geral da União (CGU) por conta de irregularidades na execução da obra. “De que adianta inaugurar um hospital que não funciona?”, questionou o governador Ronaldo Caiado.

Obra parada

Em Santo Antônio do Descoberto, a obra do hospital regional iniciada em fevereiro de 2001, ainda não tem data para ser retomada. Isso porque, no ano passado, perdeu a verba destinada pelo governo federal, por meio de convênio, porque o prazo para a construção expirou. Além disso, a obra possuía inconsistências na execução e relatórios da controladoria apresentaram irregularidades. A projeção era atender de 8 a 12 mil pacientes por mês.

“As obras em Santo Antônio estão completando quase duas décadas e a verba viria do governo federal. O convênio terminou e várias irregularidades foram apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU). Não existe verba destinada para ele nem federal, nem estadual porque a gestão passada não colocou isso no orçamento. Estamos fazendo estudos para uma programação e não existe nenhum prazo ainda”, completou o secretário Ismael Alexandrino.

Governo aposta em regionalização

O governador Ronaldo Caiado está defendendo uma regionalização da Saúde e afirmou que a ação não significa, necessariamente, construção de hospitais e policlínicas. Ainda assim, além da retomada das obras dos Hospitais Regionais de Uruaçu e Águas Lindas, anunciou a abertura de quatro policlínicas até o final de 2019. As unidades serão instaladas em Posse, Santa Terezinha, Goianésia e Quirinópolis. Novos convênios também estão sendo firmados em Goiás, Anápolis, Catalão e Jataí.

“Policlínicas serão instaladas nas regiões mais carentes do Estado de Goiás, com a maior demanda e sem a presença, sequer, de estruturas para identificar e diagnosticar pacientes. Nosso objetivo é regionalizar cada vez mais a Saúde. A regionalização não impõe a necessidade da construção e pode ser feita em um processo de convênios com estruturas existentes como estamos fazendo com o Hospital São Pedro de Alcântara na Cidade de Goiás, no Hospital Padre Tiago, em Jataí e também com as unidades da Santa Casa em Catalão e Anápolis. Vamos expandir mas teremos o controle do número de procedimentos que terão que entregar em contrapartida ao Estado”, pontuou o governador.

Apesar de duas policlínicas serem previstas para Goianésia e Quirinópolis, o secretário de Saúde Ismael Alexandrino afirma que não irão funcionar nas unidades dos Centros Estaduais de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs). Segundo ele, a estrutura física e de pacientes é diferente e além de não se enquadrarem como Comunidades Terapêuticas, os Centros que são registrados no Ministério da Saúde como hospitais, também não exercem este papel. “Não sei se isso não foi bem pensado anteriormente, mas o Credeq hoje é impagável pelo Ministério da Saúde. O que existe em Aparecida será modificado na modalidade contratual. Ampliaremos serviços e especialidades. Hoje não existe no Ministério da Saúde uma definição para o projeto existente.”