Trabalhadores deixam obra do Olímpico, que deve ficar paralisada
Funcionários que trabalham na obra do Estádio Olímpico deixaram o trabalho por volta das 16 horas desta sexta-feira (18) no que deve ser o último dia de atividade antes da paralisação da construção. A orientação é de que não voltam na segunda-feira. Como mostrou o POPULAR na edição desta sexta-feira, por falta de pagamento à construtora Porto Bello, a obra deve ficar parada até que o repasse da última parcela do financiamento seja feito.
O valor que o Estado deveria repassar à Porto Bello desde dezembro de 2014 é de cerca de R$ 40 milhões para o Olímpico e o Laboratório de Pesquisa e Capacitação. Segundo a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que admite a falta de pagamento, o repasse não foi feito por causa da não liberação do dinheiro por parte do Banco do Brasil, que não comentou o assunto em contato com a reportagem.
O Estádio Olímpico é um dos integrantes do complexo do Centro de Excelência do Esporte e está com 90% dos trabalhos já executados.
Sem dinheiro, sem obra
Agetop admite não pagamento desde dezembro, mas confia em recurso e promete conclusão até fim do ano
A obra do Estádio Olímpico, um dos módulos do Centro de Excelência do Esporte, pode ser paralisada com 90% dos trabalhos já executados. De acordo com a construtora Porto Belo, responsável pela obra, a partir de hoje não haverá mais operários no local, apenas um segurança. Para justificar a paralisação, a empresa alega não estar recebendo os pagamentos da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) desde dezembro do ano passado.
A despeito do anúncio da paralisação, o presidente da Agetop, Jayme Rincón, prometeu entregar o estádio e o Laboratório de Pesquisa e Capacitação, outra parte do complexo, até o fim deste ano. Até então, ele preferia não estipular um prazo.
“Estávamos confiando nas promessas”, informou o presidente da Porto Belo, Celso de Paula. Segundo ele, a interrupção não ocorreu antes porque a falta de repasse ainda não tinha afetado a saúde financeira da empreiteira. Ontem, a Agetop, em reunião com a construtora, propôs abrir outro financiamento com o banco Credit Suisse (no valor de R$ 65 milhões) numa tentativa de evitar a paralisação.
“Já falaram tantas vezes. Não adianta mais. Na hora que o dinheiro sair, a gente volta”, relatou o empreiteiro. Segundo a Agetop, o débito com a Porto Belo é decorrente da não liberação da 3ª e última parcela do financiamento feito pelo governo estadual junto ao Banco do Brasil, que contempla também o Laboratório. De acordo com a Agência, é por isso que as faturas estimadas em R$ 40 milhões no período reclamado não foram de fato liquidadas. Procurado pela reportagem, o Banco do Brasil não se manifestou a respeito do financiamento.
Jayme Rincón disse acreditar que, se houver paralisação, será breve, nada que possa afetar o cronograma de obras. Ele conta com a aprovação do financiamento com o Credit Suisse em até 15 dias. “Sentimos, em Brasília, que o dinheiro vem do Banco do Brasil ou do Credit Suisse. O recurso está garantido”, afirmou.
O presidente da Agetop assegurou que os dois módulos do Centro de Excelência serão inaugurados ainda este ano. Para ele, os atrasos do repasse da verba prevista estão relacionados a dificuldades do Tesouro Nacional.
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Fonte: Jornal O Popular