Mega empreendimento no Marista já preocupa vizinhos
Quem mora e trabalha perto da área que abrigará as futuras instalações do Nexus Shopping & Business acha que trânsito caótico da região vai piorar
Nem bem foi anunciado, um mega empreendimento em Goiânia já causa preocupação a quem mora e trabalhar na região onde será construído. O Nexus Shopping & Business é uma obra avaliada em R$ 550 milhões, que será edificado numa área de quase 10 mil metros quadrados, localizada na Av. D com 85,no setor Marista (onde funcionava o antigo Supermercado Marcos). O ponto, ao longo de seus 136 mil metros quadrados de área construída, deve abrigar um hotel executivo de alto padrão, um centro de convenções e 27 lajes de até 545 metros quadrados cada.
Financiado pelos empresários José Batista Júnior – o Júnior Friboi – e Ilézio Ferreira, da Consciente Construtora, o complexo multiuso está sendo construído com a promessa de “elevar o ambiente de negócios de serviços de Goiânia ao patamar internacional”. O problema é que moradores e comerciantes da região não entendem como um empreendimento desse porte obteve licença para ser construído naquela região, que já sofre com o trânsito caótico e a falta de vagas de estacionamento. Para dar conta da demanda, que deve se multiplicar com a conclusão do complexo, as construtoras preveem a criação de 1.738 vagas no local.
Vale ressaltar que a estimativa da construtora é que o complexo abrigue 392 salas comerciais, 192 unidades hoteleiras, centro de convenções com capacidade para mais de 1.110 pessoas e 140 lojas no centro comercial. A circulação diária de pessoas no ponto deve ficar em torno de 9 mil em todo o complexo. Assim, é difícil não fazer coro com os vizinhos do empreendimento e questionar: como as 1,7 mil vagas de garagem previstas podem ser suficientes para um projeto dessa magnitude e de que forma o trânsito da região será realmente afetado?
Falta de vagas
Maria Lúcia Macedo, gerente da Criatto, que fica localizada em frente aos futuros prédios, não está animada com o projeto, com previsão de conclusão em 2020. “Vai acontecer, quer a gente queira ou não, mas ficamos preocupados, com a falta de garagem principalmente”, relata. Segundo ela, as poucas vagas que existem em frente à loja em que trabalha costumam ser ocupadas por pessoas que não são clientes e esse processo deve se intensificar com o término do complexo.
As preocupações são compartilhadas pelas sócias da Projeto Luz, Kátia Nowak e Regina Andrade. De acordo com elas, a situação já é complicada hoje, com poucas vagas e trânsito conturbado, especialmente por volta das 17h. “Cada funcionário aqui tem um carro. Atualmente temos que deixá-los todos espalhados para não ocupar as poucas vagas que temos.”
Estudo preliminar foi aprovado pela SMT
Ao O HOJE, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) se posicionou sobre o assunto: “A empresa responsável pelo empreendimento já apresentou um estudo preliminar sobre o impacto na área de trânsito. O órgão da Prefeitura aprovou o estudo, mas, segundo a SMT, com diretrizes específicas ao empreendimento, como por exemplo, preocupação com criação de vagas internas de estacionamento e construção de áreas específicas para embargue e desembargue.” Um estudo definitivo de impacto no trânsito deve ser apresentado após a conclusão do empreendimento para a retirada do alvará de funcionamento.
As construtoras estipulam a atração de 557 veículos em média nos horários de pico às sexta-feiras e de 746 aos sábados e garantem que “o cálculo levou em consideração a projeção de veículos que Goiânia terá em 2020”. As 1.738 vagas de estacionamento planejadas estariam “acima da demanda necessária dos futuros ocupantes do empreendimento e da necessidade de atender a quantidade de acesso de veículos nos horários de pico.”
Fonte: Jornal O Hoje