Prefeitura de Goiânia prioriza uns parques, mas deixa outros abandonados

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Com foco da Amma em manter revitalizados cinco parques principais, demais ficam sem manutenção, degradados e população sofre com precariedade na hora de lazer

Nos finais das tardes, os moradores do Residencial Brisas da Mata, na Região Noroeste de Goiânia, encaram a falta de iluminação, a sujeira, estrutura precária e as falhas na pista para realizarem suas caminhadas diárias. Na última quarta-feira, o pai corria atrás da sua filha entre os galhos, o mato alto, a poeira e o cimento. Em uma volta nos 2,2 quilômetros ao redor do Parque Municipal Otávio Lúcio é possível achar ainda materiais de construção usados em reformas das casas do entorno, um campo de futebol com bancos quebrados e grades que circundam a mata com falhas.

O que era para ser um benefício público feito pela Prefeitura ao bairro, o único equipamento de lazer para a região, apesar de manter dois funcionários da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) diariamente no local, está mais para um lote baldio. Situação bem diferente se vê no Parque Vaca Brava, no Setor Bueno, por exemplo, em que os problemas são bem menores, há espaço para as crianças e aparelhos de ginástica, além de pista de caminhada em situação razoável. Além disso, há quiosques em que os visitantes podem matar a sede ou a fome, iluminação e uma estação de bicicletas compartilhadas.

Um dos principais cartões-postais da capital, o Vaca Brava faz parte do grupo de parques que ficou conhecido como os cinco principais, junto com Areião, Bosque dos Buritis, Lago das Rosas e Flamboyant. São eles quem tem prioridade na atenção do poder público, recebem os primeiros investimentos e são limpos e cuidados diariamente. Em contrapartida, os outros parques goianienses ficam como se fossem abandonados, tal qual o Otávio Lúcio. A reportagem do POPULAR percorreu 12 parques goianienses e verificou que todos eles sofrem sem manutenção regular.

A priorização também faz esquecer locais públicos em bairros centrais e em outros considerados como de moradores com alto poder aquisitivo. O Parque Botafogo, que faz parte de um complexo junto ao Mutirama, no Centro da capital, não recebe uma revitalização há anos, o que é exposto na quantidade de lixo jogado na mata e no lago, a falta do serviço de roçagem, as pichações e bancos e mesas quebrados. As quadras esportivas também apresentam problemas estruturais e sujeira. O parque ainda é local de ocorrências de crimes constantemente, o que leva a receber patrulha policial diariamente, e ainda assim ser alvo de reclamações.

Na Região Sul, o Parque Cascavel passa por problemas desde 2015, onde o lago formado pelo córrego que dá nome ao espaço, está sempre assoreado por problemas de canalização. O Paço Municipal informa que “as obras de drenagem da unidade de conservação serão retomadas em breve”, sendo executadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra). A obra construirá barragens de contenção, gabiões e enrocamentos, que revestem as paredes do leito do córrego com pedras, “além da recuperação das tubulações da água de maior descarga”.

Além dos problemas com o lago, a reportagem também verificou diversos brinquedos e equipamentos com avarias que prejudicam o uso dos mesmos e podem até causar acidentes. Situações semelhantes são vistas no Parque Macambira Anicuns, nos trechos já entregues à Amma para a manutenção, ainda com muitas pichações e lixos. Já no Parque Beija-Flor, no Setor Jaó, na Região Leste, a sujeira é o principal problema e nem mesmo os pórticos com o nome do local resistiu à degradação. Em todos os casos, porém, a população reclama da falta de segurança, já que os parques, por decisão da Prefeitura, não contam mais com a permanência de guardas municipais nos locais.

Em outros parques, como o Leolídio di Ramos Caiado, no Setor Goiânia 2, e no Campininha das Flores, no Setor Campinas, os problemas encontrados pela reportagem foram pontuais, sendo os espaços públicos visitados com melhor situação. Em Campinas, o maior problema era na academia, com alguns aparelhos enferrujados e outros quebrados. Já no Goiânia 2, havia poucos lixos no parque e os equipamentos de ginástica estavam sem pintura, mas a iluminação é precária, com postes com lâmpadas sem funcionar.