Ciclovias de Goiânia estão em más condições

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Grupos e ativistas pedem à SMT manutenção da malha cicloviária e fiscalização. Mas ações só para o ano que vem

A sensação dos ciclistas que se locomovem por Goiânia é que a situação piorou nos últimos meses com as falhas na manutenção das vias, problemas de sinalização e até mesmo falta de conclusão das ciclovias e ciclorrotas que estavam planejadas pela administração municipal. Adeptos das bicicletas e grupos de pedal da capital estão reivindicando, junto à Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT), melhorias de infraestrutura e fiscalização para o auxílio da mobilidade via bicicletas.

Uma primeira reunião foi feita há cerca de um mês com o secretário da SMT, Fernando Santana. Na ocasião, Santana foi atualizado acerca dos projetos existentes até a gestão passada na Prefeitura, de Paulo Garcia (PT), sobre a construção de ciclovias e implantação de ciclorrotas e ciclofaixas. Foram os ciclistas que se dispuseram a encaminhar ao secretário as rotas cicláveis desenhadas em 2015 e entregue para o Paço Municipal. Até o ano passado, esse projeto era dividido entre a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e a SMT.

A SMT se prontificou a fazer, paulatinamente, a manutenção das vias para as
bicicletas, ao dizer que este trabalho já vem ocorrendo em paralelo aos serviços nas vias dos carros. Isso foi feito, por exemplo, nos parques Vaca Brava e Areião e a ciclorrota que os liga quando a equipe técnica do Paço realizava a revitalização da Avenida Edmundo Pinheiro de Abreu. Assim mesmo, a ciclofaixa ficou sem a pintura adequada por pelo menos um mês. Há outros casos sem previsão para receber os trabalhos, como a ciclovia da Avenida Universitária.

Esta foi a primeira ciclovia construída na capital dentro do plano cicloviário de 100 quilômetros de malha destinada às bicicletas em Goiânia. No entanto, ela nunca passou por uma reforma e os ciclistas têm de se preocupar com os buracos e falhas na pista, além dos carros e falta de sinalização. A combinação desses problemas é responsável pela morte do cineasta João Henrique Pacheco, falecido no fim do mês passado após complicações geradas por um acidente sofrido na ciclovia no mês de julho. Ainda não foi determinado como ocorreu o acidente, se houve um atropelamento por um motociclista ou, ao fugir da colisão, João caiu no buraco e se acidentou.

Falhas

O buraco que teria participado do acidente foi consertado há cerca de uma semana, em ação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), mas não era o único em toda a extensão da ciclovia, de 2,5 quilômetros. Na pista na Praça Universitária, por exemplo, há diversas falhas e problemas no concreto da via. Nos cruzamentos com as avenidas perpendiculares há falhas na sinalização e pintura das ruas que demonstram a passagem das bicicletas. Os problemas também ocorrem nas ciclovias das Avenidas T-63 e T-7, com falhas nas pistas e desgaste nas pinturas, e, neste último caso, há muitos entraves na passagem dos ciclistas em razão de quedas de folhas de palmeiras.

Santana afirma que não há um cronograma exato para a manutenção de todas as vias cicláveis da capital, e nem mesmo acredita que toda a revitalização será finalizada até o final deste ano. “Provavelmente vai ficar alguma coisa para o ano que vem. Pegamos a Prefeitura em uma situação arrasada e tivemos que caminhar aos poucos, estamos fazendo o possível”, explica. Até por isso, projetos de novas ciclovias, como a que ligaria a Praça Universitária até o Câmpus Samambaia, só começarão a ser analisados a partir de 2018. Resta ainda concluir o trecho cicloviário da Avenida T-7.

Mudanças ficam para 2018

Além da manutenção da malha cicloviária, o grupo de ciclistas que se reuniu com o secretário municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade, Fernando Santana, pediu a ampliação do tempo de uso exclusivo das ciclofaixas de lazer. Atualmente, o período permitido é aos domingos e feriados entre 7 e 18 horas. O projeto criado em 2015 tinha um período ainda menor, de até às 16 horas. A intenção dos ciclistas é que a exclusividade tenha início já aos sábados, a partir das 16 horas.

Santana acredita ser impossível atender a demanda ainda neste ano, sobretudo em razão do comércio. “Agora é final de ano, logo chega a época do Natal e a economia em nosso País está ruim, os comerciantes necessitam de arrecadação e não seria bom estender esse período por agora. Vamos estudar a partir do ano que vem e saber o que poderá ser feito”, diz. Existe também um problema de fiscalização, já que seria difícil a retirada dos veículos das faixas no meio da tarde. Esta era a alegação dos técnicos da Prefeitura para que não começasse a ciclofaixa de lazer aos sábados.

Outro pedido é a volta da colocação de cones para marcar os trechos e sinalizar aos motoristas, especialmente no trecho da Alameda das Rosas, no Setor Oeste, onde a pista para os veículos motorizados fica com apenas uma mão com as ciclofaixas. Santana entende que não seria mais necessário, visto que os motoristas goianienses já sabem das regras atuais e as vias estariam bem sinalizadas.