Obras de continuidade da Marginal Botafogo se arrastam há 20 anos
Há mais de 20 anos a prefeitura tenta terminar de executar o prolongamento da Marginal Botafogo que inclui a pista no sentido Norte-Sul da Marginal, a ponte da Rua 1.018, as alças de acesso à Avenida 2º Radial e a tubulação e canalização do Córrego Botafogo. Faltam 20% para o trabalho ser concluído e a Prefeitura de Goiânia tem expectativa de que a obra seja entregue em novembro.
A primeira tentativa de conclusão do trabalho foi na gestão de Nion Albernaz (PSDB), em 1999. Na época foi feito um contrato de quatro anos, mas o acordo com a Construtora Central do Brasil S/A (CCB) foi encerrado apenas em 2011, depois de 15 aditivos de contrato e exigência do Tribunal de Contas da União (TCU) para abertura de uma nova licitação.
Um novo processo licitatório foi aberto em 2015, na gestão do prefeito Paulo Garcia (PT), que inaugurou a ponte sobre a Rua 1.018 em sua última aparição pública à frente da Prefeitura de Goiânia. Nesta tentativa de realizar a obra, em 2015, o serviço era estimado para ser finalizado em 15 meses, por um valor de R$ 23,8 milhões.
A empresa CCB, em consórcio com a Elmo Engenharia, responsáveis pela empreitada, deram andamento na obra. A vencedora do processo de licitação alegou falta de verbas para a contrapartida paga pela prefeitura e também do convênio federal. O contrato foi rompido em 2018 para dar agilidade a mais uma licitação. A administração pública optou pela transferência da responsabilidade de abertura do processo para a Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh).
O valor do serviço caiu saiu de R$ 35,46 milhões em 1999 para R$ 11,6 milhões, valor da licitação anunciado em 2019. No entanto o novo edital de licitação foi publicado apenas em maio deste ano com valor estimado em R$ 17,5 milhões. Esta última licitação corresponde às obras de construção da pista no sentido Sul-Norte do prolongamento da Marginal Botafogo entre a Avenida 2ª Radial, no setor Pedro Ludovico, e a Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás.
Contrapartida
Os recursos para a conclusão do serviço são da Prefeitura de Goiânia, em contrapartida ao financiamento obtido com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a execução dos primeiros três setores do Parque Urbano-Ambiental Macambira Anicuns (Puama).
O pagamento da contrapartida do Puama para construção de obras que beneficiassem a Capital já estava prevista, mesmo que elas acontecessem fora da região do parque, que abrange o Córrego Macambira e o Ribeirão Anicuns até seu deságue no Rio Meia Ponte. A obra do prolongamento da Marginal Botafogo é o último trabalho de contrapartida e conclui o ciclo do acordo com o BID. Uma dessas contrapartidas foi a construção de uma escola no Residencial Itamaracá e uma unidade de saúde no Setor Rodoviário.
As obras da pista no sentido oposto, entre a Jamel Cecílio e a 2ª Radial foram liberadas em agosto. Nesta obra também foram contempladas a canalização do Córrego Botafogo e a ponte da Rua 1.018, no Setor Pedro Ludovico. Esta etapa do trabalho foi estimada em aproximadamente R$ 14 milhões e também foi feita em contrapartida do financiamento do Puama.
Liberação da Jamel Cecílio será até dezembro
Complexo Viário da Jamel Cecílio com a Marginal Botafogo, obra que é feita em separado dos prolongamentos da Marginal já completou um ano e a Prefeitura de Goiânia alega que deve ser concluída até o prazo estipulado pelo contrato com a empresa responsável pela empreitada, no dia 31 de dezembro.
A administração do município espera que o fluxo do trânsito na via seja liberado entre novembro e dezembro.A expectativa para a liberação da via antes da conclusão da obra já foi frustrada duas vezes. Em janeiro, a administração do município anunciou que o trânsito no local seria liberado até julho. Findado o prazo, anunciou o fluxo de tráfego para este mês. A via continua interditada.
Em janeiro deste ano, a obra estava com 12% de andamento e a Seinfra anunciou a liberação do tráfego do viaduto para o mês de julho. Naquele mês foi anunciado que o fluxo seria liberado apenas em setembro. Com o trânsito ainda interrompido, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) afirma que a expectativa da volta do fluxo fica agora para outubro.
No entanto, de acordo com o titular da pasta, Dolzonan Mattos, vários fatores fizeram com que a expectativa fosse frustrada pela primeira vez. Em dezembro de 2019, a chuva foi justificativa pela lentidão dos trabalhos. A Seinfra também culpou uma obra da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) para instalar um emissário de esgoto de 400 ml que impediu a instalação das estacas para a construção da trincheira.
Outro motivo de atraso foi o isolamento social causado pela pandemia que reduziu o número de operários em diversas obras públicas, não só no viaduto da Jamel Cecílio. Em julho, a obra sofreu outro transtorno, um dos guindastes que trabalhava no local caiu sobre uma residência em área de invasão da Marginal Botafogo. Por sorte, a casa estava vazia. Houve apenas ferimentos leves em três operários e a empresa responsável pela obra assumiu os custos do acidente.
Estrutura
O complexo viário possui três elementos diferentes de engenharia, no mesmo modelo do que ocorreu no cruzamento da Avenida 85 com a T-63. O elevado, uma rotatória em nível e a trincheira, e cada um deles atenderá a uma das vias atingidas. A Avenida Jamel Cecílio vai passar pelo elevado sobre toda a obra; na altura da Alameda Leopoldo de Bulhões será construída a rotatória, na rua já existente; e a Marginal Botafogo passará em trincheira por baixo de tudo.
Ao lado do viaduto será construído um monumento de 56 metros de altura, em estrutura metálica no formato de uma mão que dedilharia um violão. A obra será uma homenagem à música sertaneja. Com o viaduto, a Prefeitura de Goiânia busca dar maior fluidez ao trânsito para a Jamel Cecílio e para a Marginal Botafogo, dando mais acesso a essas duas vias e eliminando o semáforo de três tempos no cruzamento para destravar o fluxo de veículos.