Nova alta no preço dos combustíveis coincide com fim de férias

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Com o fim das férias escolares esta semana, o preço dos combustíveis aumentou em Goiânia. A maior demanda, por conta do período de retorno das famílias à rotina, faz os donos de postos tradicionalmente elevarem os valores nesta época. Mas, desta vez, o consumidor sentiu a maior diferença no etanol. Ontem, o litro era encontrado por até R$ 3,67, o que representa alta de 2,22% (R$ 0,08) em comparação com o maior preço praticado até sábado (18). 

No caso da gasolina, o valor mais alto encontrado ontem pela reportagem na capital já era o praticado desde a semana passada em alguns locais, R$ 4,89. A diferença é que mais postos resolveram elevar o preço. Na Avenida T-63 no Setor Bueno, por exemplo, um estabelecimento passou de R$ 4,75 para R$ 4,86, o que representa R$ 0,11 a mais. 

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, a baixa demanda em janeiro fez empresários não repassarem altas do preço nas distribuidoras que ocorreram desde dezembro. Mas o aumento da demanda com o fim das férias e baixa no estoque levou à elevação dos preços. 

“Houve um represamento de aumento, uma ‘promoção’ que o consumidor não pode ver, quando o posto deixou de passar aumentos, e agora chega o momento de recompor as margens de lucro”, afirma. No caso do etanol, elevações têm ocorrido no período da entressafra, que começou em novembro e vai até abril. Ele fica mais caro com redução de estoques das usinas. Como faz parte da mistura da gasolina – que tem 27% de etanol anidro –, também puxa o preço desse combustível. 

Márcio reforça ainda que há, consequentemente, aumento da base de cálculo do ICMS. “É um somatório.” Porém, o aumento do etanol na usina foi até menor do que o que ocorreu em outros locais do Brasil. 

Estoque 

Do início do mês até semana passada, houve aumento de R$ 0,04 no valor do etanol hidratado e de R$ 0,07 no anidro vendidos pelas indústrias em Goiás, conforme indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Enquanto em São Paulo, foi de R$ 0,05 e R$ 0,08, respectivamente. 

O presidente dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, explica que os estoques estão mais reduzidos e na mão de poucas usinas, apesar da safra ter sido recorde. O consumo foi alto pela competitividade do combustível durante o ano passado e contribuiu para redução maior. 

Sobre a diferença com São Paulo, afirma que incentivos diluem a carga tributária o que reduz o repasse para distribuidoras. “Infelizmente, o preço não chega da mesma forma para o consumidor, porque o preço na bomba fica até mais caro.” 

Há usinas em Goiás com produção prevista para fevereiro e também há oferta do etanol de milho, porém, André lembra que isso contribui pouco.

Fonte: O Popular