Goiânia completa 100 dias sem chuvas

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Tempo seco predomina na capital, com queda na umidade, incêndios florestais e poluição do ar. Calor hoje deve chegar aos 35°C e precipitações significativas, só em outubro 

Goiânia completa, neste domingo (25), 100 dias sem chuvas significativas. O último registro, de acordo com o meteorologista André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), ocorreu no dia 17 de maio deste ano. Como consequência do tempo seco, a população enfrenta a queda da umidade, o aumento das temperaturas, incêndios florestais e poluição do ar.

Nesta tarde, o Corpo de Bombeiros apagou um incêndio de grandes proporções próximo ao Parque Altamiro de Moura Pacheco (Peamp), na saída de Goiânia para Anápolis. O número de queimadas em Goiás até o início de agosto, de acordo com a dados da corporação, já é 25% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Quanto ao tempo seco, não há previsão de melhoria para os próximos dias. “A semana continuará com calor intenso e baixa umidade”, diz Amorim. Segundo ele, chuva para valer, só mesmo depois do dia 15 de outubro.

Amorim explica que no dia 7 de setembro é esperada a chegada de uma frente fria, vinda de Minas Gerais para Goiás, trazendo uma possibilidade de chuva na capital. “Mesmo que aconteça, o que ainda é incerto definir devido à distância da data, será ao que tudo indica de pequena intensidade e não chegará a toda região”, explica.

Calor

A previsão do Cimehgo e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é que a temperatura máxima fique acima dos 30° C nos próximos dias. Hoje, os termômetros podem registrar 35°, record de calor neste inverno.

Sobre a máxima registrada neste período, há uma divergência entre as informações dos institutos de meteorologia. Enquanto o Inmet registrou ontem como o dia de maior calor na capital, durante o inverno, com 34.5°, o site Climatempo aponta a última sexta-feira (23) como a data mais quente, com 35°.

A umidade relativa do ar também registrou recorde do ano na última sexta-feira, com 15%, sendo que teve seu pico em uma parte da tarde chegando a 13%, conforme informações do Cimehgo. “Para os próximos dias, até o fim da semana, a umidade do ar deve variar com mínima entre 20% a 30%”, adianta Amorim.

Cuidados

O tempo seco exige cuidados, como explica o tenente-coronel Fernando Caramaschi, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. “Recebemos ocorrências principalmente neste período do ano de pessoas passando mal, isso porque, entre os motivos, está a questão das vias aéreas que ficam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de problemas respiratórios.”

O ressecamento pode causar até sangramentos no nariz. Uma boa dica para quem tem problemas respiratórios, segundo Caramaschi, é a utilização de soro fisiológico para hidratar as narinas. Além disso, é preciso evitar complicações. “As pessoas devem evitar a prática de exercícios físicos em locais fechados, onde não há umidificação, principalmente no período da tarde”, orienta.

“A garganta fica seca e ocasiona fadiga de forma mais rápida e isso pode trazer mal estar por isso é primordial focarmos na saúde, principalmente agora”, alerta o tentente-coronel. A umidade do ar, segundo ele, se encontra em estado alarmante. “Estamos em clima de deserto, por isso é preciso precaução.”

A prática de queimadas de vegetação, comum nesta época do ano, traz é também uma das sérias consequências. “A baixa umidade acaba sendo um facilitador para os incêndios terem maiores proporções, pela dificuldade de serem controlados”, diz.

Caramaschi avalia que apesar dos fatores climáticos, a principal causadora das queimadas nesta época do ano é a ação humana. Ele alerta que a prática configura crime ambiental.