Prefeitura de Goiânia muda obra de arte no viaduto da Jamel Cecílio com a Marginal Botafogo
A previsão, segundo a prefeitura, é concluir as próximas etapas e liberar o viaduto para o tráfego de veículos ainda antes do Natal. Monumento previsto inicialmente para o local precisou ser substituído devido a característica do solo e impacto financeiro
A Prefeitura de Goiânia iniciou a última etapa dos serviços de construção do viaduto que integra o Complexo Viário Jamel Cecílio. A previsão, segundo a prefeitura, é concluir as próximas etapas e liberar o viaduto para o tráfego de veículos ainda antes do Natal.
Com a cravação das 765 estacas, no último domingo, 6, foi concluído o encabeçamento do elevado com a avenida do lado oeste, sentido Setor Sul; e na segunda-feira, 7, teve início a execução do encabeçamento do lado leste, sentido GO-020.
O encabeçamento da estrutura conta com paredes em escamas, ou seja, painéis pré-moldados de concreto, onde tiras de aço são fixadas às placas com parafusos e aterradas e compactadas com rolo compressor. Essa metodologia propicia maior resistência do solo à tração interna suportando cargas elevadas.
As rampas que formam o encabeçamento possuem 52m no lado Oeste e 41m, no Leste. O elevado conta com 192 metros de comprimento e 282 no total, incluindo as duas rampas dos encabeçamentos. A estrutura tem 6,22ms de altura máxima, 13,8m de largura, 2 pistas de 6,50m, contendo 4 pistas de rolamento e guarda-rodas com 40cm.
O empreendimento, que receberá o nome de Complexo Viário Luís José da Costa, em homenagem ao cantor Leandro, morto em 1998, vítima de câncer, é composto por três elementos diferentes de engenharia, nos mesmos moldes do que foi construído no cruzamento da Avenida 85 com a Avenida T-63: o elevado, uma rotatória em nível e a trincheira. A Avenida Jamel Cecílio vai passar pelo elevado sobre toda a obra; no nível da Alameda Leopoldo de Bulhões será construída a rotatória; e a Marginal Botafogo passará em trincheira por baixo de tudo.
Segundo a prefeitura de Goiânia, a ideia por trás da obra é dar maior fluidez ao tráfego de veículos para a Jamel Cecílio e para a Marginal Botafogo e maior acesso a essas duas vias a quem está na Leopoldo de Bulhões, eliminando a necessidade do semáforo de três tempos no cruzamento.
O elevado na Jamel Cecílio dará fluxo direto para as pessoas que querem atingir a BR-153, a GO-020 ou os bairros e condomínios da região; a Marginal Botafogo vai realmente funcionar como uma via expressa, sem nenhuma interferência semafórica; já quem desce a Alameda Leopoldo de Bulhões terá acesso à direita para a Jamel Cecílio, ou à esquerda, para o Setor Sul, bastando fazer o contorno da rotatória e seguir ou retornar à própria Alameda. O trânsito vai fluir para todos os lados, sem interferência de sinaleiro.
Além de maior mobilidade, a construção do Complexo Viário trará outros ganhos para a região, como um novo sistema de drenagem, paisagismo e iluminação.
Monumento
Devido à qualidade do solo, que acabaria por aumentar muito o custo da obra, o projeto do monumento a ser fixado ao lado do viaduto foi substituído. Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan da Cunha Mattos, a instalação do monumento anteriormente pensado – estrutura em forma de mão dedilhando um violão – demandaria fundação e estrutura muito robustas, acarretando um custo altíssimo para a obra, fator que se torna inviável, principalmente, nesses tempos de pandemia.
“Com a escavação para fazer o encabeçamento do viaduto, percebemos que o subsolo é bem mais mole, naquele local, necessitando um reforço extra com estacas de concreto para garantir a segurança e a durabilidade da obra. Para fazer o monumento proposto, é preciso também desse reforço extra na fundação para sustentar a estrutura, o que encarece muito os serviços, então, optamos por esse outro projeto que também vai embelezar e dar uma aparência moderna à obra”, justifica.
A concepção do novo monumento representa o que o goiano tem de mais caro: a capacidade de acolher na primeira hora todos que aqui chegam ou por aqui passam. Nas palavras do arquiteto e projetista, idealizador da obra, Renato Cunha de Almeida “representa uma janela aberta para a cidade. A ideia é que todos possam se sentir acolhidos pelo monumento e desfrutar da paisagem urbana da nossa cidade”, informa.
O monumento será construído em estrutura metálica em aço galvanizado revestido com chapas eletro fundidas e pintura à base de poliuretano, a iluminação será em Led, o que permite que ele receba diferentes cores durante a noite.
Trincheira da 90
O Complexo Viário Sodino Vieira, mais conhecido como Trincheira da 90, também ganhará um monumento que será instalado envolvendo a adutora de água que passa sobre a Avenida 136.
Também fruto da inspiração do arquiteto e urbanista Renato Cunha de Almeida, o projeto é um presente doado à cidade e a concepção vem da grande transformação urbana pela qual Goiânia está passando com a construção do BRT Norte-Sul, sistema que está mudando a malha viária urbana e vai mudar o transporte público como conhecemos hoje.
“Criamos uma escultura urbana que celebra essa grande façanha. O local escolhido foi a Praça Delmiro Paulino Silva (Praça da 90), promovendo sua reintegração, uma vez que ela acabou dividida com a construção da trincheira. É uma homenagem a todos que participaram desta grande obra para a nossa cidade”, explica Renato.
A escultura projetada para o local é composta por duas estruturas metálicas arqueadas, sendo a maior com cerca de 35m de altura e a menor, 26 m. As duas são ligadas por 39 montantes que formam uma superfície chamada de Hiperboloide Parabólica e ganham características diferentes à medida que se contorna a praça.
“A cidade é um elemento dinâmico. E dentro desse conceito, desenvolvemos a proposta como uma analogia às mudanças, porque à medida que você contorna a praça você perceberá que o monumento vai tomando novas formas, diferentes olhares, de maneira que o observador terá sempre uma visão diferente do espaço”, ensina o arquiteto.
O monumento será revestido com chapas eletro fundidas e receberão pintura à base de poliuretano para proteger a estrutura da corrosão provocada pelo tempo. A base de concreto será também revestida com chapas metálicas para dar unidade à composição.
Fonte: Jornal Opção