Outubro de 2019 tem 46% menos chuvas em Goiânia
Com precipitação inferior à esperada para o período, Meia Ponte apresenta vazão inferior à do ano passado e semelhante à de 2017, quando estiagem registrada foi severa O volume de chuvas do mês de outubro deste ano ficou 46,5% abaixo da média histórica para o período em Goiânia. O volume, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás, foi de 82,8 milímetros (mm), enquanto a média é de 154,8 mm. Em outubro de 2017, a precipitação foi de 51,2 mm, ficando também abaixo da média para o período. Já em 2018, o volume foi de 223,6 mm, 44,4% acima do esperado.
O pouco volume de chuvas de outubro influenciou a vazão do Rio Meia Ponte, principal manancial que abastece Goiânia e região metropolitana. Na última semana, entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro, a Sala de Situação da Saneago registrou, no ponto de captação, vazão média de 3.067 litros por segundo (l/s) -considerando as medições da manhã e fim da tarde, número que se aproxima do nível crítico 3 (quando a vazão é igual ou menor que 2.800 l/s). O resultado atual não significa um sinal de alerta, mas de atenção, uma vez que a quantidade de água não ameaça o abastecimento. Os índices mais recentes de 2019, porém, não figuram nos índices mais elevados.
A vazão do Meia Ponte, no ponto de captação da Saneago, no último dia 1º estava em 3.731 l/s pela manhã, escoamento superior ao da mesma data de 2017, 817 l/s (veja gráfico). Naquele ano a estiagem foi severa e o abastecimento público ficou ameaçado. Entretanto, com o passar dos dias, a situação se inverte. Nos dias 6 e 7 de novembro de 2017 o escoamento ultrapassou a casa dos 6.000 l/s. No ano atual, neste mesmo período, o indicador ficou em cerca de 2.800 l/s.
Comparadas as médias das vazões da manhã de 2017 e 2019 no período, há uma diferença de 7,8% a menor para este ano.
O mês de setembro de 2019 também ficou abaixo tanto da média histórica para o período quanto ao apurado no ano passado. Em setembro deste ano, o número ficou em 18,6 mm, 64,8% abaixo do esperado, se comparando com a média histórica de 52,8 mm. Em 2017, choveu apenas 9,5 mm em setembro. Em 2018, o número continuou abaixo da média ficando: 32 mm.
Regularidade está atrasada
A chefe de seção da Previsão do Tempo do Inmet Goiânia, Marna Mesquita, diz que os dados não mostram que necessariamente este será um período chuvoso fraco. “Eu não acho preocupante. Às vezes acontece este tipo de ‘atraso’. Quando é assim, normalmente há um alongamento do período chuvoso no próximo ano”, explica Marna.
De acordo com ela, este ‘atraso’ logo deve ter fim. “Nós temos visto que as chuvas periódicas deverão começar em novembro. Por isso, ainda consideramos que está tudo normal”, diz a chefe de seção.
O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, André Amorim, afirma que esta falta de chuva já estava prevista. “Precipitações irregulares já estavam programadas para outubro e para o início deste mês. Somente a partir da segunda quinzena e início de dezembro é que teremos chuvas com mais regularidade”, conta.
Segundo Amorim, estas chuvas irregulares preocupam, pois não são as ideias para abastecer os mananciais. “Existem as chuvas de qualidade, que são aquelas que normalmente caem durante o dia e mais mansamente, e aquelas de quantidade, que caem em grandes volumes e durante um curto espaço de tempo. As que são positivas para o abastecimento são as primeiras”, esclarece o gerente.
Porém, de acordo com Amorim, ainda é muito cedo para prever se este atraso na vinda das chuvas regulares prejudicará a vazão dos rios no período de seca do ano que vem. “Seria leviano falar disso. Ainda é muito imprevisível. Por isso, a Secretaria está realizando com regularidade o acompanhamento dos níveis do Rio Meia Ponte. Desta forma, não teremos surpresas”, finaliza o gerente.
Fonte: Jornal O Popular