Villa Mix Festival: Organizadores reclamam da falta de incentivos
O segmento de grandes eventos traz para o local sede a possibilidade de fazer com que o turista permaneça por mais tempo e consuma bens e serviços da região, como descreve a coordenadora do Observatório do Turismo de Goiás, Giovanna Tavares. Porém, há desafios que fazem o setor temer o fim da realização de festivais em Goiás. Entre eles estão impostos, dificuldades para encontrar local ideal e burocracia para ter as licenças.
Organizadores reclamam da falta de incentivos. “Não podemos perder eventos que são preciosidades para o turismo em Goiás”, reforça a presidente executiva do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-GO, Vanessa Pires Morales. Ela explica que há dois anos os grandes shows e festas ampliaram expressivamente o alcance, localização estratégica, logística e profissionalização têm auxiliado o setor.
Por outro lado, reforça que o trabalho tem sido intenso com Prefeitura e vereadores para auxiliar os eventos. “Nosso maior desafio são os altos impostos aplicados. Para se ter uma ideia, Goiânia tem uma das maiores alíquotas de ISS, chegando a 5% para os eventos”, pontua o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos de Goiás (Abeoc Goiás), Kennya Soares Cecin. Enquanto isso, algumas cidades brasileiras propõe a isenção. O que seduz.
A Secretaria Municipal de Finanças discute a modernização do Código Tributário Municipal e diz estar aberta a todas as sugestões. Na Câmara, há projetos em tramitação sobre o assunto. Já com relação às licenças, o presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Gilberto Martins Marques Neto, pontua que há reuniões para tratar sobre o assunto e embora haja benefícios para a economia também há incômodo para moradores. “A Prefeitura é cobrada pelos dois lados. Flexibilizamos o que é possível”, justifica.
Mão de obra se qualifica
Os grandes eventos contribuem para a geração de emprego em Goiás e conforme o setor cresce a exigência por maior especialização aumenta. O mercado na capital goiana vive mudanças e não é mais visto apenas como oportunidades de “bico”, profissionais tem se destacado em mercado que oferece ganhos altos. No Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), há 45 cursos na área. Os mais procurados são organização, planejamento e recepcionista de eventos. “O que muitas pessoas ainda não perceberam é que pode ser um ótimo nicho”, diz a supervisora pedagógica do Senac Cora Coralina,
Lucyana Moraes, ao pontuar que são diversas tanto as oportunidades quanto as ofertas de profissionalização, que acompanham o aquecimento do segmento. No mercado, a média, como afirma, chega a ser de salários de R$ 4 mil a R$ 6 mil. “Há desde fotografia para eventos até elaboração de projeto para realizar evento e o pós-evento.”
Ela explica que muitos buscam se profissionalizar e não sabem como começar e para isso existem cursos mais amplos que auxiliam. Em cursos de curta ou longa duração, 973 pessoas realizam matrícula na instituição nos últimos três anos com foco nos eventos. “Com apoio dos cursos de especialização, hoje temos à disposição profissionais capacitados e um banco com o cadastro de profissionais que nesse período de alta podemos chamar. De recepcionistas a camareiras, cozinheiros”, diz a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Goiás (ABIH), Vanessa Pires Morales.
“O mercado de eventos não tem fronteiras mais. A empresa goiana faz eventos no Brasil todo”, completa Kennya Soares Cecin, presidente da Abeoc Goiás.
Fonte: Jornal O Popular