Apesar da fama, jamais uma goiana conquistou a faixa de Miss Brasil

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Representantes do Estado quase beliscaram a faixa, como no caso dos segundos lugares de Suzane Ferreira de Andrade (1979), Ana Amélia Carneiro (1987) e a curitibana de olhos azuis, Lara Brito (2003)

Em 2008, goiana Cyntia Oliveira ficou em terceiro, atrás da gaúcha Natálya Anderle e da cearense Vanessa Vidal

Mesmo com toda fama de capital das mulheres bonitas, a terra do pequi nunca conseguiu fazer uma miss Brasil levando em conta a era oficial do concurso após título da baiana Martha Rocha em 1954 - já que em 1949, a goiana Jussara Marques foi eleita -, concurso dominado por candidatas do Rio Grande do Sul, que já levou 13 faixas, e, em segundo lugar, com oito representantes, há um empate entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em 2015, Thaynara Fernandes, a Miss Goiás, chegou a figurar entre as dez semifinalistas, escolhida depois de desfilar com vestido longo, mas foi eliminada na fase do biquíni. Algumas representantes chegaram perto da coroa, com segundos lugares, caso de Nara Rúbia Monteiro (1970), Suzane Ferreira de Andrade (1979), Ana Amélia Carneiro (1987) e a curitibana de olhos azuis Lara Brito (2003), radicada em Goiás desde a adolescência.

A mulher goiana não se importa com que os outros pensam, ela pode estar toda errada, mas se acha linda" Wanessa Camargo

Outras duas que chegaram perto da faixa nacional foram Cyntia Oliveira, em 2008, com o 3º lugar, e a potiguar Beatrice Fontoura, em 2014, com a 5ª colocação. “Aqui temos muitas meninas lindas, mas as goianas não seguem um padrão genético de altura e magreza tão valorizado neste tipo de competição. Eu fugi um pouco da regra e acho que foi por isso que consegui um lugar entre as finalistas”, conta Cyntia, de 33 anos. Ela não trabalha mais no ramo da moda, profissão que seguiu dos 13 aos 26 anos. A administradora de empresas é proprietária de uma escola infantil, casou-se em 2010 e tem dois filhos. “Foi uma opção mesmo. Eu preferi encerrar em alta sendo querida pelos profissionais”, avalia.

A organizadora do concurso Miss Goiás, a mineira Fátima Abranches, de 56 anos, minimiza a falta de uma faixa para a mulher goiana. Segundo ela, as goianas preenchem todos os requisitos para vencer o concurso nacional, com meninas magras, de seios e curvas fartas. “É uma terra muito abençoada por Deus nesse quesito. De cada dez, nove são bonitas demais, mas não ficamos somente nisso e se enquadra no conjunto elegância, sensibilidade e cultura. Ninguém consegue entender cabeça de jurado porque cada um tem um gosto. Eu acredito que ficamos atrás apenas do Sul porque as mulheres de lá têm uma beleza excepcional”, compara.

O gerenciador de modelos da agência Mega Model Goiás, Marcello Gomes, de 43 anos, que há mais de duas décadas trabalha com moda, conta que não acredita na concentração de mulheres mais bonitas no Estado. Ele leva em consideração a falta de grandes conquistas em concursos de belezas de qualquer espécie. “O Rio Grande do Sul ganha da gente de lavada. A goiana não tem uma cara específica e acabou sendo criado um biótipo de mulherão na roda popular. Em termos de beleza é universal. Não foge dos padrões nacionais. Quase sempre é morena, 1,70m de altura, cabelo longos pretos, olhos escuros e um corpo mais definido”, cita.

Fonte: Jornal O Popular (Bruno Félix)