Praça do Relógio será recortada e terá semáforos
Junto às obras na Avenida Segunda Radial que começam hoje, servidores da Prefeitura também iniciam a retirada de terra da Praça do Relógio, na Avenida Jamel Cecílio. Até o dia 20 de dezembro, a praça será recortada e restará apenas duas pequenas porções de área de desafogo. O recorte permitirá a continuidade da Jamel Cecílio e da Rua 12, mas semáforos de dois tempos serão instalados para controlar o trânsito local.
Quem estiver na Jamel Cecílio e quiser virar na Rua 12, sentido Parque Flamboyant, deverá pegar a rua acessória como se fosse continuidade da antiga praça. O mesmo vale para quem está no sentido contrário (Rua 12-Jamel Cecílio). Uma das porções restantes da praça será próxima ao terreno do Shopping Flamboyant, onde constará um monumento do Rotary Club, que é a entidade que doou a obra do relógio para a Prefeitura de Goiânia.
Na outra porção restante, próxima a uma concessionária de veículos e a um empório e bar, haverá a construção de doze vagas de estacionamento. Andrey Azeredo, da SMT, avalia que se faz necessária a criação das vagas porque o público do Parque Flamboyant já não consegue estacionar apenas nas vagas no entorno do equipamento público.
O professor Marcos Rothen critica a medida por não concordar com a retirada de uma praça para criação de estacionamento. “Tiram as vagas da avenida e depois criam num lugar de uma praça, nisso eu não concordo”, diz.
Mudança para desarmar bomba
Ação da Prefeitura foca área que é considerada a pior em trafegabilidade na capital
A Avenida Jamel Cecílio, na Região Sul de Goiânia, vai sofrer intervenções a partir de hoje em uma tentativa da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) de desafogar o trânsito nesta que é considerada a pior via da capital no quesito tráfego. A rua é a principal saída para a BR-153 e tomada por vários locais de origem de tráfego intenso, como shoppings, supermercados e condomínios residenciais. A intenção é melhorar a trafegabilidade e desincentivar o uso do carro particular.
Devido aos problemas de mobilidade, a Região Sul vem sofrendo alterações no trânsito desde o início do ano, sobretudo em sua área mais interna, como nos setores Bueno e Marista. Hoje, a SMT começa a mudar o tráfego nos locais mais próximos à BR-153, justamente onde o número de congestionamentos é maior, por causa do grande número de carros, resultado da expansão urbana e do adensamento populacional nas duas últimas décadas. As alterações focam, sobretudo, em dois pontos: Avenida Jamel Cecílio e Segunda Radial.
A estimativa é que todas as mudanças fiquem prontas até o dia 20 de dezembro próximo. As medidas seguem máximas propostas por diversos especialistas em trânsito, como o fim das conversões à esquerda e a proibição do estacionamento. Para o professor de Engenharia de Trânsito do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, as alternativas propostas são mais que necessárias e atingem uma região com o tráfego saturado. “É um local que cresce demais, toda hora tem tráfego intenso por lá e na hora de pico é terrível”, diz.
Adensamento
Os problemas na Região Sul, especialmente na proximidade da BR-153, remontam há duas décadas, quando começou mais fortemente o adensamento urbano no local, primeiramente no entorno do Shopping Flamboyant, com diversos edifícios residenciais nos bairros Jardim Goiás e Alto da Glória. O número de moradias aumentou ainda mais com o adensamento no Parque Flamboyant. Válido ressaltar que as unidades habitacionais são de padrão classe média alta, logo, com poder de compra e carros particulares.
Ao mesmo tempo, ocorre a expansão urbana, com valorização de loteamentos para além da BR-153, formando condomínios horizontais de alto padrão, como Residencial Alphaville e Portal do Sol. Essa expansão faz com que aumente também o movimento pendular com cidades vizinhas, como Senador Canedo e Bela Vista, que apresentam loteamentos e residências mais baratas, sendo a opção a pessoas de baixa renda que trabalham, estudam ou buscam serviços e lazer na Região Sul da capital.
Metrópole
A distância e o mau serviço de transporte coletivo na região metropolitana, especialmente nessa ligação entre a capital e as cidades vizinhas, em que os passageiros enfrentam maior tempo de espera, faz aumentar o número de veículos particulares. Titular da SMT, Andrey Azeredo afirma que é necessário pensar nas saídas da cidade e que as vias de acesso à BR-153 também são as portas de entrada a quem vem de Brasília, Anápolis e São Paulo. “Temos de colocar em prática o Estatuto Metropolitano, levar essa relação com as cidades vizinhas para as nossas decisões e todos pensarmos juntos.”
O secretário explica que Goiânia possui três principais vias de saída para a BR-153, que são a Terceira Radial, sentido Parque das Laranjeiras, a Segunda Radial e a Jamel Cecílio. No primeiro caso há previsão de construção de um viaduto, que seria responsabilidade da União e da concessionária Triunfo Concebra, mas ainda não há estimativa para o início da obra. “Vamos mexer nas outras duas principais saídas, com a ideia de melhorar o tráfego ao extinguir conversões à esquerda, e melhorar para o transporte coletivo ao tirar os estacionamentos, liberando a via do ônibus e desincentivando o uso do carro”, afirma Andrey.
Fonte: Jornal O Popular 1 e 2 (Vandré Abreu)