Conheça o novo aeroporto de Goiânia
Infraero quer cumprir palavra de Dilma, mas não garante funcionamento total. Segundo o órgão, 92% do novo terminal já está concluído; veja fotos.
Após a promessa da presidente Dilma Rousseff de que a construção do novo terminal do aeroporto de Goiânia seria concluída até novembro deste ano, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) afirmou, nesta quarta-feira (1º), que o prazo da presidente deve ser cumprido, porém, o pleno funcionamento do terminal só deve acontecer em abril de 2016.
“Não vai ter condição de concluir 100% da obra [até novembro], mas será feito aquilo que puder ser concluído para que o avião possa chegar e para que os passageiros possam chegar ao terminal e viabilize o funcionamento”, afirmou o diretor de Infraestrutura da Infraero, José Eduardo Bernati.
“O nosso objetivo é que em novembro a gente tenha condições de operar o terminal, mesmo que parcialmente”, completou. A Infraero estima que, para ser finalizada, a obra ainda necessita um investimento de R$ 260 milhões. De acordo com Bernati, o recurso já consta no orçamento do governo, mas ainda não foi financeiramente disponibilizado.
A construção do terminal está aproximadamente 92% concluída, entretanto, ainda faltam obras de infraestrutura como as pistas do estacionamento de aeronaves e veículos. “Esse percentual que falta, de cerca de 8%, corresponde a alguns serviços que dependem da obra de infraestrutura que é a que nós estamos começando na segunda-feira, dia 6”, explica.
Dentre as ações citadas pelo diretor que dependem das obras de infraestrutura está a instalação da ponte de embarque, que necessita antes da aplicação do piso no pátio de estacionamento das aeronaves. Além disso, falta ser realizada a interligação entre a rede elétrica que vem da rua com a subestação localizada dentro do terminal.
Bernati esclareceu ainda que a pista de pouso e decolagem continuará sendo a mesma que é utilizada atualmente, entretanto a Infraero tem planos de transformar as pistas usadas para taxiamento das aeronaves em uma nova pista de pouso, paralela à já existe. “Aí sim, com duas pistas, a gente consegue reformar a pista atual, utilizando a segunda pista como uma alternativa”, disse.
Visita
Os avanços na obra foram apresentados nesta quarta-feira a uma comissão formada por deputados estaduais e representantes da Federação das Indústrias de Goiás (FIEG) e de empresas e entidades do setor do turismo.
O deputado Simeyzon Silveira (PSC), presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa de Goiás, disse estar otimista com a entrega da obra no prazo previsto. “Uma vez que os prazos não forem cumpridos aí entra nossa missão como comissão de fazer com que os entraves políticos sejam resolvidos”, disse.
O grupo visitou o interior do terminal e, durante a visita, foi possível observar o andamento da obra. A reportagem do G1 constatou que a maior parte da estrutura interna do terminal está pronta, inclusive com pintura, placas de sinalização e piso já instalados. Por outro lado, faltam as vias de acesso ao aeroporto, a pavimentação do estacionamento, além da instalação de estabelecimentos comerciais do terminal.
Segundo informações do site da Secretaria da Aviação Civil, o novo terminal terá 113 pontos comerciais, quatro pontes de embarque (os chamados fingers), 23 balcões de check-in, três esteiras de bagagem e sete aparelhos raio-X. Toda a estrutura será distribuída em dois andares que serão atendidos por 11 elevadores e quatro escadas rolantes. Além disso, o novo estacionamento de veículos terá 959 vagas, contra as 589 atuais.
A Infraero afirmou que tem a intenção de fazer a operação conjunta entre os dois terminais. Para isso, negocia com empresas, como a Azul Linhas Aéreas, que poderiam ter o interesse em operar no antigo terminal. De acordo com Bernati, caso a operação conjunta seja possível, a capacidade total do aeroporto será de 9,8 milhões de passageiros ao ano.
Para o presidente do Goiânia Conventional e Visitors Bureau, Newton Pereira, a finalização da obra tem caráter de urgência para os empresários do setor do turismo. “Os prejuízos [com os atrasos das obras] são enormes. Goiânia vem perdendo nesses últimos sete anos inúmeros eventos pela falta de possibilidade de bem receber aqui os congressistas, palestrantes que possam vir nesses evento”, diz.
Histórico
As obras de reforma e ampliação do Aeroporto Santa Genoveva começaram em 2005, mas foram paralisadas seis meses depois por falta de repasses de recursos federais. Em 2006, o TCU apontou superfaturamento nos preços praticados. Em 2007, as empreiteiras responsáveis pelo consórcio suspenderam as atividades de reforma do Aeroporto Santa Genoveva. No ano seguinte, a Infraero rescindiu o contrato.
Após seis adiamentos e dois anos para a construção, a Infraero entregou uma nova sala de embarque no Santa Genoveva, em outubro de 2011. Chamada oficialmente de Módulo Operacional Provisório (MOP), a nova ala ganhou o apelido de "puxadinho".
Em dezembro de 2011, a Infraero, o Governo de Goiás e os representantes do consórcio responsável pela obra do novo terminal assinaram um acordo para garantir a conclusão do novo terminal. Mas em junho de 2012, uma vistoria do TCU constatou que o projeto original ficou ultrapassado e precisou ser modificado. Os trabalhos no canteiro foram retomados em setembro de 2013.
Em fevereiro de 2014 a obra voltou a ser paralisada, desta vez por uma greve dos operários. Eles reivindicaram melhores salários e condições de trabalho, além de melhores condições de trabalho, como a alimentação fornecida no canteiro de obras e um melhor alojamento àqueles que vieram de outros estados. Após negociação, os trabalhos foram retomados.
Depois, houve nova alteração no cronograma depois que o Tribunal de Contas da União pediu análise dos projetos relativos à parte de infraestrutura entre fevereiro e novembro de 2014.
Fotos:
Fonte: G1
Fotos: Luísa Gomes (G1) / Diomício Gomes (O Popular)