Goiânia - Estrutura para a Copa de 2014
Goiânia foi fundada em 1933 e, assim como Brasília, desenvolveu-se a partir de um plano urbanístico, tendo sido construída com o propósito de funcionar como o centro político e administrativo do estado de Goiás. É costume dizer que na capital há uma árvore para cada habitante. Exageros à parte, Goiânia mantém uma taxa de arborização de cerca de 30% do seu território e, de acordo com a ONU, é considerada a segunda cidade do mundo com mais áreas verdes.
A privilegiada localização geográfica faz da cidade um ponto de referência para realização de eventos no Centro-Oeste do país.
Estádio Serra Dourada
Em boa fase, o futebol goiano poderá gerar renda suficiente para viabilizar a reforma do Estádio Serra Dourada, na forma de uma parceria público-privada. Além do Goiás, que segue na série A do Brasileirão, na série B destacam-se o Vila Nova e agora o Atlético de Goiás, fazendo uma utilização intensa do Serra Dourada.
Inaugurado em 1975, o estádio tem capacidade para mais de 50 mil espectadores e suas dimensões estão de acordo com o exigido pela Fifa (110 m x 75 m), com sistema de irrigação e de drenagem do campo eficientes. Seu estacionamento tem capacidade para 10 mil veículos.
Com localização privilegiada, dada a facilidade de acesso ao centro, aeroporto e polo hoteleiro, o Serra Dourada já sediou importantes competições regionais, nacionais e internacionais. Mas algumas intervenções estão sendo propostas para o estádio ser palco de jogos da Copa. Entre elas estão a expansão do estacionamento (vertical ou em subsolo); esquema de segurança e informação com câmaras de alta definição; modernização das instalações elétricas e de toda a infraestrutura do estádio: marquises, assentos, placares eletrônicos, centros de imprensa, entre outros.
A requalificação do estádio em uma arena multiuso está baseada em estudo específico de pré-viabilidade técnica e econômica para propiciar eventos de grande porte, sejam culturais ou de negócios.
Turismo para o agronegócio
Para se firmar como um polo turístico internacional, a capital goiana precisará tornar-se um centro mundial do agronegócio, ponto forte da economia da região. Isto considerando que são pouco competitivos seus atrativos de ecoturismo, se comparados, por exemplo, com o Pantanal e a Amazônia. A rede hoteleira da cidade é insuficiente ainda para atender à demanda prevista da Copa. Mas o turismo de negócios faz crescer o setor hoteleiro de Goiânia, que já ultrapassa 12 mil leitos em todas as categorias de hospedagem. Em 2008, a capital registrou em relação a 2007 crescimento de 26,6% no número de reservas e de 36,45% no de diárias para o público executivo.
Mobilidade urbana
Goiânia deixa a desejar neste quesito. Todo o transporte coletivo é realizado por ônibus, o que gera congestionamentos e carros superlotados nas horas de pico. Algumas alternativas visam a sanar este problema. Uma delas é a implantação de um sistema de ônibus em corredores exclusivos, com estações fechadas, a exemplo do que ocorre em capitais como Curitiba. A implantação de uma rede metroviária não está descartada, mas o que há de concreto até o momento são apenas os investimentos na melhoria do sistema atual.
O que poderá facilitar o acesso e otimizar o fluxo de veículos no entorno do estádio Serra Dourada e nas interligações com os vários bairros das regiões impactadas pelo evento será a implantação de uma série de obras viárias. Entreelas, a construção de viadutos ligando setores distintos da cidade. Para desafogar o trânsito de veículos oriundos de diversos condomínios horizontais da região leste da cidade, por exemplo, a opção encontrada foi um viaduto sobre a BR-153, nas imediações do Paço Municipal.
A acessibilidade urbana de Goiânia contará com prolongamentos viários e várias passagens subterrâneas, que viabilizarão o trânsito local, evitando congestionamentos. Com o objetivo de distribuir o trânsito de veículos pesados, desafogando a região central da cidade, será finalizado o Anel Viário de Goiânia (custo total estimado em R$ 321 milhões), que tem extensão total de 80 km, dos quais 17 já estão concluídos.
No que se refere à acessibilidade regional, a estratégia do PAC para Goiás é ampliar a estrutura logística existente, com o intuito de melhorar as condições de interligação com outros estados do Centro-Oeste e Sudeste. A duplicação de rodovias está entre as ações do projeto. Encontra-se quase em fase final a duplicação da BR-153, com 89% de trecho concluído.
Aeroporto Internacional Santa Genoveva
Inaugurado em 1955, o Santa Genoveva ocupa uma área de quase 4 milhões de m2, com pista de pouso e descolagem capaz de comportar aeronaves de médio porte.
Com capacidade para 600 mil passageiros por ano, seu terminal vem recebendo um número muito superior à sua capacidade operacional. Em 2008, por exemplo, o movimento foi de um milhão de passageiros. Para solucionar estasituação de sobrecarga, a Infraero iniciou a construção de um novo terminal de embarque e desembarque, com área de aproximadamente 28 mil m2 e capacidade de atendimento para 2 milhões de passageiros/ano.
Mantendo a concepção arquitetônica do projeto inicial, o complexo aeroportuário terá capacidade de atender três milhões de passageiros por ano, podendo chegar até 12 milhões até 2014. O projeto (no valor de R$ 322 milhões), tem previsão de término para 2012.
Oportunidades e desafios
Para sediar a Copa 2014, Goiânia conta com acessibilidade internacional e regional garantidos, estádio moderno e potencial esportivo. A cidade também não requer grandes obras para a segurança energética, nem obras de expressão nas áreas de saneamento, urbanização de favelas e habitação dentro do PAC. Tudo leva a crer que o grande desafio de Goiânia é transformar-se em uma cidade mundial, apoiada no desenvolvimento do agronegócio, concentrando na cidade as tradings, assim como as principais empresas – nacionais e internacionais – que atuam no ramo do agronegócio. O Brasil caminha para ser o líder mundial dos biocombustíveis e esse papel requer uma base urbana.
Para isso será necessário configurar a cidade desejada pelo poder público e pela sociedade goianense com a infraestrutura de telecomunicações e o seu sistema de transportes, principal gargalo do município. A realização do Mundial será uma forma de antecipar esse desafio e agilizar a transformação. Haverá uma aceleração do crescimento demográfico, tornando indispensável a implantação de um sistema de transporte coletivo de alta capacidade. Tudo isso requer todo um planejamento e estratégia, com o apoio do Governo Federal.
Evento do Sinaenco em Goiânia
O Sinaenco marcou presença no seminário Goiânia 2014 – A Copa do Mundo no Coração do Brasil, Perspectivas e Benefícios, que aconteceu no dia 18 de dezembro de 2008 no Castro’s Park Hotel, na capital goiana.
Quem participou
Alcides Rodrigues – Governador do Estado de Goiás
Íris Rezende – Prefeito de Goiânia
Gabriela Santoro de Castro – Gerente de Projetos do Ministério do Esporte
Barbosa Neto – Diretor do Comitê Executivo Goiás na Copa 2014
Lúcia Vânia – Senadora da República
Jovair Arantes – Deputado Federal
Fábio Lenza – Vice-presidente da Caixa Econômica Federal –
Representante do BNDES
Paulo Afonso – Presidente da FIEG – Federação das Indústrias
do Estado de Goiás
Maurício Girardello – Sócio da Price Water House Coopers
Talles Barreto – Presidente da Agel – Agência Goiana de Esportes e Lazer
João Alberto Viol – Vice-presidente do Sinaenco
Jorge Hori – Consultor do Sinaenco
Rodrigo Prada – Assessor de Comunicação do Sinaenco
Fontes: Portal copa 2014