Goiânia tem o janeiro mais chuvoso dos últimos três anos

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Sete das oito estações de monitoramento em Goiânia registraram volumes acima da média. Na Região Leste, no Jardim Olinda, precipitação foi de 75% acima do esperado para o mês

O acumulado das chuvas de janeiro de 2020 é o maior registro para o mês dos últimos três anos em Goiânia. Levantamento do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) mostra que das oito estações de monitoramento, em apenas uma não houve acúmulo acima da média climatológica, que é de 247,8 milímetros (mm). A medição da estação do Jardim Olinda, na região Leste de Goiânia, chegou à marca de 434,8 mm, 75% acima do esperado para o período. 

Gerente do Cimehgo, André Amorim diz que este é o janeiro mais chuvoso desde 2018, quando foram iniciadas as medições em oito estações espalhadas em diferentes pontos da cidade. Ele conta que este ano não houve, inclusive, o veranico, período contínuo de pelo menos 7 dias sem chuva, comum em anos anteriores. O comportamento pluviométrico está bem diferente do ano passado, por exemplo, quando as chuvas ficaram muito abaixo do que é previsto para Goiânia. 

Para se ter uma ideia, na mesma estação em que houve o maior registro de 2020, em 2019 o volume não chegou a 100 mm (veja quadro). No ano passado, em nenhuma das estações de toda a capital chegou-se à média esperada para o mês. O menor índice foi marcado no equipamento que faz a medição na região Norte da cidade, com apenas 47 mm no mês todo. A Região Central, com medidor instalado na Avenida Paranaíba, teve o maior registro de 2019 para o mês de janeiro, com 143 mm. 

Em 2018 a seca não foi tão intensa quando no ano passado, mas apenas a estação que fica no Jardim Olinda (a mesma que registrou o maior acúmulo neste ano), na região Leste, chegou à média para o mês, com 250 mm. Nas outras estações os acumulados foram menores, mas em todos os casos, superiores a 100 milímetros em cada. Na Região Noroeste, por exemplo, chegou-se a 218 mm, mas na região norte não ultrapassou 130,6 mm. 

Variação 

Chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás, Elizabeth Alves Ferreira diz que nos últimos dez anos houve bastante variação para os registros do primeiro mês do ano. Em 2010, o acumulado registrado na estação que fica no Centro (a mais antiga da capital) foi de 98,4 mm. Em 2011 foi de 287,8; em 2012: 467,4 mm; em 2013: 353,5 mm; em 2014: 143,6 mm. Em 2015, o total do mês foi de 73,7 registrando a menor média dos dez anos analisados. Já em 2016, 484,8 mm, sendo o maior da década. Em 2017, 176,1 mm. 

Elizabeth diz que este ano não está sofrendo influência de fenômenos como o El Niño e La Niña, por isso é chamado de ano neutro. “O que temos observado é que ano após anos, a chuva tem atrasado mais. Em 2019, por exemplo, choveu pouco por diversos fatores no mês de outubro. Então vemos mais chuvas fortes em épocas que a estiagem deveria iniciar. Fevereiro, pelo que já podemos conferir, será de chuvas irregulares, mas esperamos que seja dentro da normalidade, que pode variar de acordo com a região do Estado, mas com acumulado entre 200 e 250 milímetros para o mês”, diz. 

Na madrugada e início da manhã desta quinta-feira (6), choveu de forma espaçada na Capital. A Região Noroeste registrou novamente um grande volume, com 64,2 mm de entre 2 horas e 7h40. “O problema é quando chove 64 mm em pouco tempo”, comenta André Amorim, do Cimehgo.Mesmo não sendo concentrada, a precipitação causou estragos na GO-070. 

Na madrugada desta quinta-feira, também choveu bastante na região do Balneário Meia Ponte, com 36,2 mm. O prognóstico para fevereiro demonstra que as chuvas devem continuar. 

Obra fica pronta em dois meses 

A pesar de ter sido distribuída ao longo de 5 horas, a chuva desta quinta-feira foi suficiente para arrastar parte das ações de obras que foram iniciadas para recuperação da cratera aberta na GO-070, no setor Chácaras Mansões Rosas, próximo ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na saída para Inhumas. 

Em nota, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) informou que o local está sendo monitorado e que estão sendo realizadas intervenções para reduzir danos que possam aparecer no local da erosão até que se conclua a obra. Ainda de acordo com Goinfra, a previsão para a entrega da obra em definitivo é de 60 dias e o prazo não será ampliado. No dia 24 do mês passado, a rodovia foi interditada com risco de desabar após parte da via ceder devido ao volume de chuvas. 

A chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás diz que a previsão é de novas chuvas. Ela explica que este mês ainda está dentro do período considerado chuvoso. “As chuvas ainda serão irregulares, apesar de esperarmos a normalidade.”

Fonte: O Popular