Que tal ter a sua própria ilha? Em Goiás é possível comprar

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Nicho bem restrito do mercado imobiliário, destinado a poucos endinheirados, no Estado ilhas são pequenos e caros pedaços de paraíso cercados de muito status e curiosidade 

Imagine ter sua própria ilha particular! Pois isso é perfeitamente possível em Goiás, onde existem ilhas à venda. É lógico que este é um negócio apenas para poucos endinheirados, que podem pagar alguns milhões por essa faixa de terra cercada por água e privacidade. Ser proprietário de uma ilha é sinônimo de elevado status por ser um nicho de mercado caro e com poucas opções de escolha.

Em Goiás, Furnas esclarece que não existem ilhas, mas sim 250 remanescentes ilhados em reservatórios de acumulação de água para geração de energia elétrica sob a concessão da empresa. Estes remanescentes são propriedades particulares que podem pertencer à concessionária ou ao dono do terreno que teve parte de seu imóvel na área de influência direta do empreendimento no momento da construção.

Alguns remanescentes ilhados foram desapropriados, por interesse do empreendedor ou do proprietário. Em casos que não houve desapropriação, as áreas permaneceram sob domínio do proprietário original. Essas “ilhas” colocadas à venda geralmente são de pessoas físicas. 

Uma ilha anunciada no Estado fica no Lago das Brisas, na região de Corumbaíba e está à venda pela bagatela de R$ 5 milhões. A Ilha da Fantasia, como é chamada, tem 44,5 mil metros quadrados de área e conta com toda a estrutura necessária para hospedar uma família com 64 pessoas, como casas, chalés, piscinas e campos de futebol. “É a única ilha totalmente documentada da região, registrada em cartório”, destaca o corretor Sandro Ávalo. 

Atualmente, a propriedade de uma ilha só é possível mediante o aforamento, que funciona como uma espécie de concessão. Segundo o corretor, os proprietários levaram 10 anos para fazer toda a regularização, inclusive com documentação junto à Furnas e à Marinha. A ilha já está à venda há cerca de três anos. “Uma propriedade assim, não é algo que se consegue vender facilmente, principalmente pelo valor”, explica Sandro.
Hidrelétricas

Existem três ilhas particulares na região entre as hidrelétricas de Cachoeira Dourada e São Simão. Uma delas, bastante conhecida em Goiás, é a Ilha do Cascalho, que fica na Represa de Cachoeira Dourada, no Rio Paranaíba, divisa de Goiás com Minas Gerais. Ela pertence à família do ex-prefeito do município José Gomes, morto em um atentado durante carreata no ano passado. O filho dele, José Gomes Filho, conta que a ilha está com a família desde 1995 e foi adquirida de outra pessoa. 

O local também conta com completa infraestrutura, como rancho de lazer com piscina, casa, campo de futebol e muitas árvores frutíferas que o pai fazia questão de plantar, até mesmo mais exóticas, como lichia. O objetivo da família, segundo José Gomes Filho, é transformá-la em uma Área de Preservação Permanente (APP).

Ele diz que o proprietário de qualquer ilha precisa seguir uma série de normas para usufruir dela. Porém, também reconhece que a legislação em torno do assunto ainda não é totalmente conhecida. José Gomes diz não estimar o valor do terreno, que tem cerca de 20 hectares, mas sabe que a valorização é maior por se tratar de uma ilha.

Os proprietários de ilhas investem numa opção de lazer com mais exclusividade, mas sabem que elas ficam sujeitas ao nível das águas. Em épocas de cheia, podem até ser inundadas. Durante os períodos de seca mais severa, perdem a característica de ilha, pois podem até ser acessadas a pé.
Outra ilha na região de Itumbiara é a Ilha do Sol, no Rio Paranaíba. Com apenas 1,5 hectare, ela é o refúgio de lazer para 30 sócios que adquiriram cotas do proprietário, o empresário cartorário Décio Alves da Silva. A estrutura é formada por quiosques, inclusive com energia elétrica e tratamento de esgoto. 

Décio conta que a exigência para ter um local assim é garantir sua total preservação. Cada sócio pagou R$ 7 mil por sua cota. Hoje, elas já estão sendo comercializadas por R$ 50 mil. “Para comprar uma cota hoje, é preciso que o candidato seja aprovado por todos os sócios”, explica. Ele acredita que, se a ilha fosse vendida hoje, não custaria menos de R$ 1,5 milhão.