Hugol funciona com 36% da capacidade

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Apenas 185 dos 510 leitos recebem pacientes. Para secretaria, atendimento está dentro do previsto

Quatro meses após ser inaugurado, o Hospital de Urgências Otávio Lage (Hugol) funciona com 35,9 % da sua capacidade de internação já instalada. Dos 510 leitos entregues no dia 6 de julho, 185 estão recebendo pacientes. Apenas os leitos destinados a pacientes de queimaduras - 7 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 10 na enfermaria - e as 10 UTIs pediátricas funcionam em toda a capacidade. Menos da metade das UTIs para adultos entrou em funcionamento e todos os 120 leitos para pacientes com problemas cardiovasculares e outras especialidades médicas estão ociosos. Na clínica pediátrica, 10 dos 60 leitos recebem pacientes.

Segundo o diretor-geral do hospital, o médico Hélio Ponciano Trevenzol, o número de leitos disponíveis está dentro do cronograma. “A única surpresa que tivemos foi em relação aos queimados, pois a demanda era maior que a esperada e tivemos que ampliar a oferta de leitos.” Eram 6 e passaram para 10. O número de UTIs para adultos também aumentou em outubro, passando de 20 para 29. Segundo o diretor, o aumento da oferta de leitos se dará gradativamente de acordo com a demanda. “Até agora estávamos em fase de teste, em período de adaptação; agora, se houver demanda, o hospital será capaz de responder”, afirma. No dia da inauguração, a expectativa anunciada pela direção do Hugol era que a unidade atingisse sua capacidade plena até o fim do ano.

Os 510 leitos estão equipados para receber pacientes e o hospital dispõe dos aparelhos necessários para atender as especialidades previstas: queimaduras graves, traumatologia pediátrica e urgências clínicas, ou seja, enfartes, crises cardíacas, acidente vascular cerebral e falência renal. A estrutura tem custo mensal de R$ 15 milhões. Apenas a equipe precisa ser aumentada para ampliar a capacidade de atendimento. Hoje, são 1.865 funcionários entre profissionais de saúde, servidores administrativos e de limpeza e manutenção. A previsão é que cheguem a 4 mil quando todos os leitos estiverem funcionando.

O contrato assinado entre o Estado e a Agir, organização social responsável pela gestão do hospital, não prevê prazo para que a unidade funcione com toda a capacidade instalada, que é de 510 leitos. No anexo 4 do contrato, no entanto, consta como meta de produção manter em funcionamento a totalidade dos leitos operacionais nas especialidade definidas.

De acordo com o superintendente Executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Halim Antonio Girade, a demanda existente para o perfil do Hugol é atendida com os 185 leitos em funcionamento. “Não adianta mandar qualquer paciente para lá porque a unidade tem um perfil definido; a capacidade do hospital está exatamente dentro do previsto.” Segundo ele, o Hugol, a maior unidade de saúde de Goiás, não foi construído para ser imediatamente lotado, mas ampliado de acordo com o aumento da população.

Metas estão sendo cumpridas

Mesmo com mais de 64% dos leitos ociosos, o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol) tem conseguido cumprir as metas de atendimento propostas no contrato entre a Agir, organização social que gerencia o hospital, e o governo do Estado. Em quatro meses, foram realizadas 3.717 cirurgias; uma média de 929 por mês. O contrato previa 3.350 procedimentos cirúrgicos nos primeiros quatros meses. A unidade superou também o número de exames previstos para esse período. Realizou 95.785, enquanto a meta no contrato era de 68.307.

A meta de atendimento de urgência e emergência do hospital em quatro meses era de 9 mil pacientes e as primeiras consultas médicas deveriam chegar a 2.602, segundo o contrato. Em quatro meses, 13.482 pacientes foram atendidos.

Metade dos pacientes do Hugol é de Goiânia e a outra metade do interior do Estado, segundo o diretor-geral da unidade, o médico Hélio Trevenzol. O hospital tem atendido também pacientes de outros Estados, como Mato Grosso e Tocantins. “O que não nos surpreende por causa da alta tecnologia que o hospital dispõe”, observa.

Segundo ele, a procura deve ser crescer gradativamente. A demanda atual é a esperada, informa o superintendente Executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Halim Antonio Girade.

Outras especialidades

O Hugol é um hospital de urgências diferente do Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo) porque atende a outras especialidades, como queimaduras. Além disso, a unidade tem serviço de urgência cardiológica, com hemodinâmica e banco de coleta de sangue. O hospital passou a atender também urgências neurológicas, informou o diretor-geral, especialidade que não estava prevista inicialmente. “Casos de aneurisma cerebral estão sendo encaminhados para o Hugol”, conta.

Fonte: Jornal O Popular