Expresso Pequi fica pronto em três anos
Expresso Pequi fica pronto em três anosAlcides Rodrigues e presidente da Valec anunciam linha de trem entre Goiânia e Brasília. Trajeto será feito em 1h30
O governador de Goiás, Alcides Rodrigues, e José Francisco das Neves, o Juquinha, presidente da Valec, anunciaram ontem, em Pequim, projeto do Estado de Goiás em inaugurar nos próximos três anos o Expresso Pequi. A proposta se parece com a ideia de trem-bala, mas é bem mais realista em termos de execução e orçamento. O trem-bala foi orçado em R$ 5 bilhões e o novo projeto pode ficar pronto com um quinto deste valor. Alcides descarta a hipótese de ‘trem-bala’ ou de alta velocidade devido aos custos, mas reafirma que o Estado tem interesse em ligar Goiânia à Capital Federal através dos trilhos de ferro. Segundo o governador, o trem deve fazer o trajeto em uma hora e meia a partir de uma velocidade de 180 km por hora. Ele informa que a proposta depende das ações conjuntas dos governos de Goiás, federal e bancada de parlamentares goianos. “A licitação pode sair antes de março”, diz Juquinha.
Segundo Juquinha, o valor da construção deve girar entre R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. O custo será semelhante ao gasto hoje com a Ferrovia Norte Sul – orçada em R$ 3,5 milhões por quilômetro. “A diferença é que faremos um projeto de velocidade mais rápida. Vamos fazer coisas plausíveis. Esqueçam o trem-bala. Ficar sonhando não adianta”.
De acordo com o presidente da Valec e governador, o projeto político para a construção do ‘trem rápido’ passa pelo Senado. A Comissão de Infraestrutura será utilizada para angariar uma rede de apoio necessário para tirar o trem do papel. “Podemos colocar R$ 300 milhões nessa obra no ano que vem. Em três anos estaria pronto para inaugurar. O problema é começar a fazer e não deixar parar”, diz.
O presidente da Valec explica que já existe o traçado inicial por onde passará o trem. Ele sairia da Vila Matinha, em Senador Canedo. O custo da obra será pago pelos governos federal e de Goiás. Em seguida será ofertada a concessão para exploração dos serviços. Dentro desta perspectiva, o trem pode ser legalmente apresentado como um ramal da Ferrovia Norte- Sul. Outra medida que a Valec deve tomar, informa Francisco das Neves, será a apresentação da proposta como trem de cargas, mas possibilitar que o modal tenha a função de carregar também pessoas.
Segundo Juquinha, em fevereiro o governador deve anunciar detalhes da construção da ferrovia que atenderá o Expresso Pequi. Nos próximos dias, o presidente da Valec se reunirá com o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, para tratar dos aspectos legais da obra.
Como Juquinha é potencial candidato a deputado federal pelo Tocantins, ele deseja encerrar suas atividades na Valec no começo de 2010 com todo o trajeto definido e recursos encaminhados. “Já fiz 370 quilômetros da Norte-Sul. Antes fizeram, em dois governos, apenas 215 quilômetros. Acho que agora esse projeto sai.”
Investimentos em ferro devem movimentar R$ 180 bi
Um discurso emocionado marcou o dia de ontem dos empresários goianos que estão na China. Dentro de um ônibus e de forma improvisada, logo após almoço de negócios em Tangshan, Guido Arantes, ex-deputado federal por Goiás e investidor em mineração, confirmou visita de representantes do governo de Hebei às suas jazidas em Goiás e Tocantins. Na viagem de volta para Pequim, o empresário levantou de seu assento e realizou discurso inflamado mostrando revolta contra o fim da Metago, empresa de mineração de Goiás. Minutos depois, confirmou o acordo que pode explorar pelo menos 1,5 bilhão de toneladas nas jazidas de Colinas (TO). Uma tonelada de ferro tem valor no mercado que varia de 100 a 120 dólares, dependendo do grau de pureza do produto. Todos estes números juntos podem movimentar estrondosos R$ 180 bilhões só em Colinas, que já apresenta estudos mais detalhados de potencial de exploração mineral.
Em Cavalcante, do lado de Goiás, a expectativa é de minas maiores e mais valiosas, pois estão compostas por ferro que apresenta melhor grau de pureza – fato que multiplicaria as possibilidades de investimento. As bases do contrato devem ser firmadas em Goiás durante a visita dos chineses. A primeira visita ocorrerá no começo do mês de outubro e terá como meta início de estudos e estabelecimento de bases de acordo com a criação de uma joint venture. Chineses querem a garantia de que a Ferrovia Norte-Sul seja utilizada para facilitar o transporte da produção. A China consome hoje metade do ferro produzido no mundo.
O governador Alcides Rodrigues afirma que a discussão a partir desse momento é de como ocorrerá o transporte do minério. “Será necessário criar um ramal até a Ferrovia Norte-Sul”, diz. Ele afirma que a Metago foi essencial para gerar informação mineral, mas acredita que o Estado não está desprovido de pesquisas. “Ao contrário: temos em Goiás informações impressionantes na Secretaria de Indústria e Comércio”, disse.
Cavalcante já é hoje polo de mineração em Goiás, com a movimentação de 50 carretas ao dia. Elas levam manganês até Ilhéus (BA). Os carregamentos de ferro podem seguir o mesmo modelo de exploração. A diferença é que o ferro deve seguir por 30 quilômetros até a Ferrovia Norte-Sul e ser descarregada no Porto de Itaqui (MA). De lá o mineral partirá para o porto de Caofeidian, na China. Ontem, o governador e comitiva visitaram a área de Caofeidian, zona industrial de Tangshan. A cidade chinesa é um complexo industrial modelo que recebe minérios de toda parte do mundo.
Homenagem ao Cerrado
Francisco das Neves diz que o nome Expresso Pequi tem origem na viagem realizada por agentes públicos de Brasília e Goiânia em 2003 para conhecerem o trem-bala na França, Alemanha e Espanha. “Não queria que mudassem o nome, que é uma bonita homenagem. Acho que o projeto tem essa cara de pequi mesmo”, diz.O novo projeto, porém, surgiu em março deste ano, com a presença de Alcides Rodrigues e do deputado federal Jovair Arantes (PTB). “Estávamos lançando obras em Porangatu quando tivemos essa ideia”. Apesar de diferente e inusitado, Juquinha acha justificável manter o nome de Expresso Pequi. “Um projeto mais pé no chão pode ser executado, contar com total apoio do presidente Lula e ser instalado rapidamente”.
Otimismo
O deputado Helder Valin (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, integra a missão comercial. Helder Valin diz que as expectativas são muito positivas. “Goiás é um Estado altamente competitivo. Temos uma economia sólida e diversificada, infraestrutura e logística privilegiadas. Com certeza destes encontros e seminários surgirão muitos negócios que vão levar mais desenvolvimento e qualidade de vida aos goianos”, afirmou. O objetivo do grupo é apresentar as potencialidades goianas a investidores chineses e russos, para assim atrair novos investimentos para o Estado. China e Rússia são dois países com economia em franca expansão.
Siderúrgica em Goiás
O governador de Hebei, Hu Chu Nhugou, lançou um desafio para os goianos: que viabilizem uma parceria com os chineses para implementar uma siderúrgica em Cavalcante (GO). Mas este seria o segundo passo na parceria. A primeira união dos dois Estados teria como meta o estudo das minas de ferro, o que pode começar de imediato.Guido Arantes tem em mãos um alvará de pesquisa que garante os estudos em busca do mineral nos próximos três anos. Após a apresentação dos estudos para o governo federal, ele poderá ter acesso ao alvará de lavra do mineral. Para chegar nesta fase, precisa do investimento milionário. “Uma pesquisa destas fica em torno de U$S 5 milhões”. Se a pesquisa não sair do papel em três anos, o empresário perde o direito. O ferro de Cavalcante, segundo Guido, tem menos silica, o que diminui os custos na manufatura. Para Felipe Santos, economista brasileiro que reside na China, a exploração de ferro deve mudar a vida dos moradores de Cavalcante. “A exploração do minério cria nova expectativa, que vai atacar o analfabetismo e gerar infraestrutura e oportunidades”, diz Felipe.
De Cavalcante para o mundo
Como o minério de ferro vai sair do município goiano e chegar ao Porto de Caofeidian na China
Caminho da China
O minério será levado de Colinas (TO) até trecho da Ferrovia Norte-Sul, que está 30 km de distância das minas.Depois, o minério segue para o Porto de Itaqui (MA), onde será colocado em navios capazes de carregar até 300 mil toneladas de ferro.O carregamento chegará no porto de Caofeidian, na China, na região de Hebei. Em Cavalcante não existe ainda a Ferrovia Norte-Sul, mas o empresário acredita que é possível produzir um modal para levar o ferro para o porto.
Negócio milionário
Existe potencial de exploração de 1,5 bilhão de toneladas na região de Cavalcante, em Goiás. É necessário investir cerca de 5 milhões de dólares para iniciar a exploração das minas de ferroLevando-se em conta o tamanho da área das minas em Cavalcanti, será possível movimentar cerca de R$ 180 bilhões. A China consome hoje metade do ferro produzido no mundo. (De Pequim, China)
Fonte: Jornal Diário da Manhã
3 comentários
Write comentáriosSe o projeto terceiro milênio sair do papel, Goiânia irá se tornar uma cidade turistica e com a facilidade de ir para Brasilia e Goiânia mais facil.
Replya norte sul estah parecendo com a madeira mamore. não sai do papel de jaito nenhum.
Replya ferrovia carajas ,foi tão rapida sua construção....mal descobriram o minerio, logo ficou pronta. porque a norte sul ja esta com quase 3 decadas e tem tao poucos quilometros que andando a pe dah para cobrir? acho que eh porque estah sendo administrada pelo FUNCIONARIO PUBLICO. infelismente nada na mão do FUNCIONARIO PUBLICO FUNCIONA..............GOMIDE
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