Goiânia se prepara para o período chuvoso

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Limpeza de bocas de lobo, poda de árvores e monitoramento de ocupação em áreas de preservação são algumas das ações da Prefeitura para minimizar efeitos das chuvas fortes na capital.


A preparação para o período chuvoso, que tem as primeiras chuvas mais intensas no próximo mês, já começou em Goiânia. O reforço e o aumento da limpeza de bueiros e bocas lobos e a construção de jardins de chuva são algumas das medidas tomadas pela Prefeitura da capital. Além disso, a retirada de árvores com risco de queda e a poda dos jamelões já foram  iniciadas pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma). 

O titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Dolzonan da Cunha Mattos, explica que desde o início do ano as equipes de limpeza de bueiros e bocas de lobo já passaram por todos os bairros de Goiânia pelo menos duas vezes. “No período de pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2), pelo fato de o comércio ter ficado fechado, as bocas de lobo destes locais ficaram mais limpas. Isso ajudou muito no nosso trabalho”, afirma.

Mattos esclarece ainda que a Seinfra tem monitorado e feito a limpeza especialmente dos bueiros e bocas de lobos que ficam próximos a pontos críticos de alagamento. “Uma das principais causas dos alagamentos é a sujeira que entope os bueiros. A outra é a falta de drenagem adequada nos locais”, pontua. 

De acordo com Mattos, as obras de drenagem iniciadas em toda a cidade em 2019 irão surtir efeitos. “Apesar de não termos concluído tudo, na Praça do Trabalhador, por exemplo, não devemos ter nenhuma inundação este ano por conta do trabalho de aumento da rede de drenagem que realizamos lá”, relata. Além disso, Mattos afirma que a construção de jardins de chuva, que são áreas verdes que captam a água e levam para o lençol freático, também ajudarão na drenagem. “Já temos jardins no Setor Universitário, Vila Santa Helena, Jardim Atlântico e no Guanabara. A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) já está fazendo o trabalho de jardinagem em todos eles”, frisa.
 
No início deste ano, a Prefeitura informou que até dezembro tinha a intenção de implementar 350 jardins de chuva.

Em relação à operação tapa-buraco, Mattos diz que a reconstrução dos 630 quilômetros de asfalto promovida pela Prefeitura tem auxiliado a pasta. “Os pontos mais críticos estão sendo agraciados.” O titular da Seinfra explica ainda que a pasta já organizou o cronograma de obras para que ele possa se adequar ao período chuvoso. “Vamos fazer obras internas como, por exemplo, a reforma de escolas”, diz. Em relação às intervenções, como a construção de viadutos, Mattos esclarece que as obras irão seguir os boletins meteorológicos. “A chuva atrapalha principalmente as obras de drenagem, terraplanagem e pavimentação”, afirma. 

Árvores
A Amma também já iniciou a poda e retirada de árvores doentes ou com risco de queda. “Começamos pelos parques. Estamos tirando várias árvores da espécie guapuruvu, que tem um risco de queda grande. No resto da cidade também já começamos a fazer algumas retiradas e podas de exemplares arbóreos que têm processos abertos na Amma”, esclarece o engenheiro florestal e gerente de arborização da pasta, Rodrigo Carlos Sousa. 

Em relação aos mais de 10 mil pés de jamelão que existem em Goiânia, Sousa esclarece que a Amma já fez a vistoria das árvores. “Não podemos arrancar todas de uma vez. Por isso, vamos retirando todos os anos um pouco e fazendo o plantio de outras espécies para não causar prejuízos ambientais”, relata. Enquanto isto, a Amma diz realizar podas.

Ocupações
Em relação às ocupações irregulares que costumam surgir em Áreas de Proteção Ambiental (APPs) no período de seca e podem colocar em risco a vida das famílias que permanecem nos locais nos períodos chuvosos, onde alagamentos são constantes, a Amma afirma que faz o monitoramento das áreas. “Em alguns casos, principalmente aqueles onde temos famílias realmente morando nos locais, fazer a retirada é algo mais complexo e envolve medidas judiciais e também o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para direcionar essas famílias”, explica Thais Santos de Andrade, chefe da Advocacia Setorial da Amma. 

A Defesa Civil, informou que faz diariamente o monitoramento nas  APPs e em outras áreas e sempre que nota situações emergências informa os órgãos responsáveis por fazer intervenções. “Nosso intuito é fazer rondas constantes para evitar essas instalações”, esclarece Anderson Marcos de Sousa, coordenador executivo da Defesa Civil de Goiânia.