Novo Hospital das Clínicas de Goiânia está 85% concluído

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Novo bloco do Hospital das Clínicas, vinculado à universidade, deve ficar pronto no final deste ano. Inauguração vai acontecer com o funcionamento de metade de sua capacidade total O novo Hospital das Clínicas de Goiás (HC), que começou a ser construído em 2002, tem previsão para ser concluído em dezembro. A obra, com 20 pavimentos, tem capacidade para 530 leitos de enfermaria e 70 de unidade de terapia intensiva (UTI), mas apenas metade deve entrar em funcionamento quando o prédio for ativado. A expectativa é de aumento da capacidade na velocidade de 100 novos leitos por ano.

Segundo o superintendente do HC, José Garcia Neto, a mudança do hospital antigo para o novo deve acontecer no início do ano que vem, com o remanejamento dos 300 leitos de um para o outro. O prédio antigo, com construção da década de 1950, deve servir como um novo pronto socorro. Atualmente, o pronto socorro funciona no mesmo espaço de pacientes eletivos.

“Pretendemos transformar nosso pronto socorro em um grande pronto socorro. Isso vai ser muito salutar. Urgência estar junto com eletiva é muito ruim. Os prontos socorros atuais são bem estruturados, como se fossem unidades para urgência”, explica o superintendente.

Além disso, de acordo com Garcia Neto, já foram comprados novo mobiliário e equipamentos, como monitores, respiradores e macas de cirurgia. Parte dessas aquisições estão guardadas por falta de espaço no prédio velho.

3 perguntas para Sandramara Matias Chaves

Vice-reitoria da UFG conversou com a reportagem do POPULAR em live do Facebook, onde falou sobre o diferencial do atual bloqueio de 30% do orçamento da instituição de ensino

1 - Qual a diferença do atual bloqueio de 30% do orçamento para cortes de anos anteriores?
Realmente as universidades federais já vem vivenciando reduções no seu orçamento há alguns anos. Quando você chega a um índice de 30% de contingenciamento tem um impacto muito maior, porque somado a essas reduções anteriores esse impacto é grande. Já houve contingenciamento, mas não em um valor tão significativo quanto esse desse ano. 

2 - Houve falta de projetos de extensão que permitiram que a sociedade não conhecesse a universidade? 
Eu não diria falta de extensão, porque nós temos inúmeros projetos de extensão, que envolve mais de 16 mil pessoas da universidade e atingiu, em 2017, por exemplo, um público de mais de 500 mil pessoas com nossas atividades de extensão. Mas realmente a universidade precisa se mostrar mais por meio de suas diferentes ações. 

3 - Qual sua expectativa?
A Andifes já está com audiência marcada com o Governo Federal no sentido de mostrar o que são as universidades federais e o quanto a redução de 30% comprometeria as nossas atividades. Para isso a gente conta também, não só com o apoio da comunidade universitária, mas com o apoio da sociedade. 

Uma das novidades do novo HC é o formato mais moderno das enfermarias, com apenas dois leitos em cada uma. No hospital atual há em média seis macas por enfermaria, o que aumenta o risco sanitário e dificulta o isolamento de um paciente. Atualmente, 60 leitos do HC estão sem funcionar por conta de reformas.

Segundo Garcia Neto, existe uma previsão de aumento de 100 leitos por ano até completar a capacidade do novo hospital. No entanto, isso vai depender de aportes do Governo Federal. “A construção foi iniciada antes da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, administradora do hospital), muito antes”, explica. O projeto do novo HC prevê um andar só para maternidade, com UTI Neonatal, outro só para pacientes transplantados e dois exclusivos para centro cirúrgico.

A construção do HC completa 17 anos em 2019. Foram três paralisações até agora: em 2002 por falta de recursos, em 2009 por conta da falência da construtora licitada e em 2017 por falta de repasses do Governo Federal. A maior parte do novo hospital foi feita com verba de emenda parlamentar da bancada goiana no Congresso Nacional. Quando aprovado, esse tipo de recurso entra no orçamento da União.

A última etapa da construção do HC é feita pela Engemil Engenharia. Faltam as partes de instalações elétrica e sanitária, climatização, elevadores e acabamento. O contrato inicial com a empresa ia até agosto e era de 54,2 milhões. Um aditivo de R$ 13,2 milhões foi feito com alterações nas instalações visando a eficiência energética e adequação às normas vigentes. Os reajustes anuais somam R$ 3,3 milhões a mais. Outras etapas da construção foram feitas por duas empresas diferentes. As informações são da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) da UFG, que é o antigo Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef).

“Estamos esperando, se der tudo certo do repasse financeiro, se for disponibilizado a parte financeira, que a obra termine em dezembro”, explica o titular da Seinfra, Marco Antonio de Oliveira.

Apesar de ser vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), o HC não deve ser atingido pelo bloqueio de 30% do orçamento da instituição, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) na semana passada. O Hospital das Clínicas é administrado pela Ebserh. “Não está previsto corte nenhum”, garante José Garcia Neto.

5 mil no Espaço das Profissões 

O câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu cerca de 5 mil estudantes no Espaço das Profissões nesta terça-feira (7). Hoje é o segundo dia do evento, que deve receber no total mais de 20 mil pessoas que vão até a instituição de ensino para conhecer mais sobre seus cursos e faculdades. 
A novidade neste ano é o lançamento da “Plataforma Studio”, uma página interativa com vídeos informativos sobre os cursos e formas de ingresso na UFG.

Segundo a pró-reitora de graduação, Jaqueline Araújo Civardi, a ideia é transformar o projeto, que foi lançado oficialmente ontem, em um aplicativo de celular. 
O Espaço das Profissões atrai estudantes do Ensino Médio que estão prestes a prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além de abrir as portas da universidade para a comunidade, o evento serve para ajudar os alunos a escolher seu futuro profissional. “É um momento que os estudantes têm oportunidade de conhecer melhor os cursos com os quais eles irão optar”, diz a pró-reitora. 

O movimento foi grande durante todo o dia de ontem, mas deve ser maior hoje. Muitos alunos vêm em caravanas de seus respectivos colégios. Teve ônibus com estudantes vindo de Mozarlândia, região Norte do Estado, 311 km de Goiânia. As áreas mais procuradas são as interativas, como o planetário e o herbário. 

Jaqueline Civardi entende que um evento como esse é importante para mostrar como a universidade realmente é, em um contexto de bloqueio de 30% de seu orçamento. “É um momento que a população vê a universidade, tem acesso a aquilo que produzimos, não só em termos de ensino, mas aí pode pensar questões didático pedagógicas, o que cursos oferecem, mas também acesso a investigações que são desenvolvidas, estudantes que começam ainda na iniciação científica, na graduação.”

“É sacrossanto o orçamento?”

Após bloquear 30% dos recursos das universidades federais do País, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou o tamanho do contingenciamento em audiência na Comissão de Educação, no Senado, nesta terça-feira, 7. “É sacrossanto o orçamento? Não podem economizar nem uma migalha?”, disse ao ser questionado sobre a dificuldade relatada pelos reitores em manter as instituições após a redução de recursos.

“A universidade federal hoje no País custa R$ 1 bilhão. Não dá para buscar nada? Todo mundo no País está apertando o cinto”, completou Weintraub. Ele esteve no Senado para apresentar as diretrizes e programas prioritários para a pasta, no entanto, não apresentou projetos. O ministrou criticou programas petistas, como Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), e voltou a defender cortes na área de humanas.

Economia

Com o um bloqueio de R$ 7,3 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC), o ministro negou por diversas vezes que haja corte de recursos para as universidades federais e disse que houve um contingenciamento. “Se a economia tiver crescimento, com a aprovação da Reforma da Previdência, se descontingencia o recurso. Não há corte, a economia impôs o contingenciamento diante da arrecadação mais fraca e nós obedecemos”, disse.
Ele ainda propôs aos reitores que marquem reuniões com o MEC para discutir a nova situação financeira das universidades federais. Ele chegou a comparar a situação do contingenciamento com a situação de empresas privadas. “30% é sobre uma parte pequena do volume total de despesa. O dono de uma empresa às vezes tem que fazer corte de 20% e sobrevive”, disse o ministro aos parlamentares. (Agência Estado)