Goiás vai ganhar dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
Contribuindo ainda mais para o fortalecimento do setor de ciência e tecnologia em Goiás, o Estado dá um novo passo rumo a consolidação de sua pesquisa voltada ao desenvolvimento econômico e social do País. O presidente da República, Michel Temer, homologou o resultado da seleção dos novos projetos aprovados dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).
Dois deles são de Goiás: um na área de Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade e outro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estratégias de Interação Patógeno-Hospedeiro (IPH). Ambos vão receber fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), por meio da chamada desenvolvida em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
No anúncio da seleção das propostas para estruturação de grandes laboratórios de pesquisa no Brasil, em reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), foram apresentados os novos membros do Conselho, incluindo a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e vice-presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaira Turchi. Foi anunciada a liberação de R$ 1,5 bilhão para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Parte do recurso será aplicado pelo Ministério na consolidação de 101 INCTs. Maior edital da história do CNPq, o segundo ciclo dos INCTs dispõe de R$ 654 milhões, divididos entre o governo federal e 18 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs). Os 101 projetos envolvem 8.738 pesquisadores de 410 laboratórios, nos 26 estados e no Distrito Federal, em diversas áreas do conhecimento para o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas em busca de soluções para grandes problemas nacionais. Além disso, outros 152 projetos foram aprovados e serão custeados, inicialmente, pelas FAPs, consolidando, assim, uma grande rede de laboratórios de alta tecnologia espalhados e conectados pelo País.
“São institutos de excelência, referências no País”, enfatiza a presidente da Fapeg, Zaira Turchi. “O instituto funciona em rede e tem o que há de mais amparado, mais qualificado em termos de instituições parceiras, grupos de pesquisa e pesquisadores. São os pesquisadores mais qualificados do País, que se debruçam sobre temas prioritários e relevantes. Esse novo momento de homologação possibilita a continuidade do programa e os projetos se mostram prioritários também para o governo pela abrangência temática e pela capacidade de reunir a maior força de atuação da ciência brasileira em determinados temas, reunindo instituições nacionais e internacionais”, complementa.
Para o presidente do CNPq, Mário Neto Borges, trata-se de um “programa de ponta” na ciência brasileira. “Os INCTs reúnem os pesquisadores de maior qualificação do Brasil e permitem ao País, inclusive, estabelecer parcerias internacionais para captação de recursos, a exemplo da que já começamos a negociar com o Reino Unido, por meio do Fundo Newton”, afirma.
Projetos aprovados por Goiás
Entre os 101 projetos selecionados para apoio inicial CNPq/Fapeg está o projeto coordenado pelo pró-reitor de Pós-Graduação da UFG e professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), José Alexandre Felizola. O projeto selecionado é o instituto virtual em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade, que possui como objetivo principal apoiar projetos de pesquisa de ponta nessa área. A proposta incluiu mais de 100 pesquisadores brasileiros (dos quais 58 são bolsistas PQ do CNPq) de 30 instituições de ensino e pesquisa do Brasil, além de cerca de 20 pesquisadores estrangeiros. Cerca de 30% dos pesquisadores são de Goiás, da UFG, UFG-Jataí, Universidade Estadual de Goiás (UEG), Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e duas unidades do Instituto Federal Goiano (IF Goiano).
A ideia, segundo o professor, é desenvolver atividades de integração de pesquisadores e apoiar projetos de pesquisa nas três linhas de pesquisa do ICB, que são: padrões de diversidade em diferentes níveis de organização e escalas de tempo e espaço; adaptação, evolução do nicho ecológico e mudanças climáticas; e planejamento em conservação e uso sustentável da biodiversidade.
Outro projeto goiano está entre as instituições selecionadas e receberá, inicialmente, apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). O projeto Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estratégias de Interação Patógeno-Hospedeiro (IPH) é coordenado pela professora Célia Soares também do ICB/UFG e tem duração de 72 meses. O IPH tem como foco o estudo de patógenos de alta relevância no Brasil e outros países, particularmente da América Latina, como os agentes etiológicos da doença de Chagas e leishmanioses, paracoccidioidomicose, esporotricose, histoplasmose, candidíase e dermatofitoses. A prioridade do IPH é o desenvolvimento de pesquisa científica de fronteira acoplada à obtenção de novos alvos para terapêutica e diagnóstico de baixos custos dessas doenças.
A presidente da Fapeg, Zaira Turchi, explica que Goiás sempre teve seus laboratórios ligados a INCTs na primeira etapa do programa e que esta aprovação de dois INCTs próprios, nesta segunda etapa, tem um significado muito relevante para a projeção das instituições goianas e da contribuição que a pesquisa realizada no Estado pode dar para o Brasil e para o mundo. “A participação das Fundações no financiamento desses INCTs permitiu a ampliação das possibilidades de financiamento. As ações continuadas apoiando projetos, por parte da Fundação Estadual e outras agências, possibilitaram que a pesquisa em Goiás tivesse um crescimento em qualidade e no número de pesquisadores, de modo que o Estado está mais competitivo. Isso é muito bom para o Estado, porque ele se torna ainda mais referência no cenário nacional nessas áreas de saúde e ecologia”, completa.
Sobre os INCTs
O programa INCTs consolida e forma redes de pesquisa com impacto em áreas estratégicas e na fronteira do conhecimento. A lista abrange áreas como agropecuária, biodiversidade, energia, nanotecnologia, problemas urbanos, questões ambientais e tecnologias da informação e comunicação. Somente em saúde há grupos dedicados a doenças cerebrais, genéticas, hormonais, negligenciadas e tropicais, câncer, dengue, diabetes, obesidade e tuberculose, além do desenvolvimento de vacinas, fármacos e medicamentos e de genômica comparativa, medicina regenerativa, pesquisa com células-tronco, psiquiatria e resistência a antimicrobianos.
*Assessoria de Comunicação Social da Fapeg, com informações do MCTI e da Ascom UFG.
Fonte: Diário de Goiás